SES informa que em Sergipe 451 postos de saúde estão cadastrados para a realização do Teste do Pezinho
Na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), somente no ano de 2018, foram realizados 2.700 Testes do Pezinho
Na década de 70, o Brasil foi o primeiro país da América do Sul a realizar o Teste do Pezinho, um dos exames mais importantes para detectar doenças em recém-nascidos. Em 2001, com o objetivo de conscientizar e alertar a população para a importância da realização do exame nos primeiros dias de vida do bebê, em 6 de junho o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa de Triagem Neonatal, quando a realização do teste passou a ser obrigatória e a data ficou instituída como o Dia Nacional do Teste do Pezinho.
Em Sergipe, de acordo com informações da Coordenadoria de Atenção Ambulatorial Especializada da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe (SES), o Serviço de Referência de Triagem Neonatal está localizado no Hospital Universitário (HU) que, em Rede com as Unidades Básicas de Saúde (UBS), faz o diagnóstico, trata e acompanha crianças que apresentarem alguma alteração no exame e, além disso, capacita todos os profissionais da Rede SUS, anualmente, para que realizem um serviço de excelência.
Na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerenciada pela SES, somente no ano de 2018, foram realizados cerca de 2.700 Testes do Pezinho. Em Sergipe, no ano de 2018 foram registrados 33.293 nascidos vivos. Destes, 29.695 fizeram o Teste do Pezinho nas Unidades Básicas, o que corresponde a 89,2%. Em Sergipe há, cadastrados, 335 postos de saúde que fazem as coletas do material e enviam para o Hospital Universitário. Porém, outras unidades da Rede SUS, mesmo sem estarem cadastradas, podem fazer a coleta e enviar ao HU. Assim, no geral, são 451 postos realizando esse trabalho.
“As literaturas mostram que a criança tem que receber o diagnóstico em até 30 dias, e aí a gente viu que o prazo ideal da coleta ? do terceiro ao quinto dia, para que nos 30 dias a criança com patologia identificada já esteja na primeira consulta. Das 29.695 crianças, 14.488 fizeram e isso nos chama muito a atenção porque as mães precisavam chegar nesse período, considerado o ideal, e esse resultado não é muito bom. Quando observamos do terceiro dia até 30, percebemos que 28.404 fizeram, ou seja, 96%, isso é bom. Mas ainda tivemos 814, 4%, crianças que chegaram com a coleta fora dos 30 dias, o que é ruim, pois se tiveram algumas dessas doenças identificadas na triagem os sintomas e sequelas já podem ter aparecido. Não queremos isso”, ressaltou Luciana.
Doenças triadas no Teste do Pezinho
São seis as patologias que podem ser diagnosticadas pelo Teste do Pezinho, a Fenilcetonúria, o Hipotireoidismo Congênito, a Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias, a Fibrose Cística, a Hiperplasia Adrenal Congênita e a Deficiência de Biotinidase.
O Serviço de Triagem do Estado identificou que em 2018 não houve nenhum registro de casos novos para a Fenilcetonúria, mas há cadastrados, de 2001 até 2018, 33 casos em acompanhamento. De Hipotireoidismo, no mesmo período, são 7 casos novos e 188 sendo acompanhados. Para a Doença Falciforme há 13 novos casos identificados em 2018 e, de 2001 até 2018, 112 acompanhados. Ainda de acordo com os registros não houve nenhum caso de Hiperplasia, que passou a ser habilitada em 2016, e há 02 em acompanhamento. Fibrose Cística apresentou 4 novos casos diagnosticados e outros 42 em acompanhamento e nenhum caso de Deficiência de Biotinidase em 2018, mas 01 acompanhado.
“Essas seis patologias são doenças genéticas, para a vida toda. Então é importante que se diagnostique precocemente para que os sintomas não tragam danos à saúde da criança. A criança vai conviver com essas patologias para sempre, mas se identificadas em até 30 dias, não vai ter os sintomas desenvolvidos, não vai afetar a saúde, ela será tratada e acompanhada. Por isso é importante chegar cedo para evitar os vários retardos que as doenças podem causar como mental, distúrbios gastrointestinais, e outros vários que poderão trazer danos a essa criança”, disse a coordenadora.
Agilidade nos resultados
O envio das amostras do Teste do Pezinho pelos Correios melhorou o tempo de resposta para o resultado dos exames. Hoje, o período de coleta, envio pelos Correios e chegada ao HU leva oito dias. Antes eram 13 dias.
“Em julho de 2017 o Ministério da Saúde (MS) suspendeu o projeto de envio dos testes pelos Correios, ficando a responsabilidade para os Estados ou para os municípios. O estado de Sergipe, então, entendeu a importância do Programa e a SES assumiu”, comentou Luciana.
Atualmente, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), distribuídas nos 75 municípios sergipanos que realizam os Testes do Pezinho, podem enviar as amostras pelos Correios, sem depender de carros para o transporte. “Toda a logística, toda a questão dos insumos, são doados aos postos de coletas pelo Serviço de Triagem Neonatal, o cartão, a lanceta e estante para secagem. Mês a mês, através de uma estatística que o próprio HU faz de nascidos vivos em cada localidade, ele manda para o município o total que cada um precisa. O HU adquire o material e disponibiliza para todos os postos. Nesse momento o Estado entra com os envelopes para o envio pelo Correio”.
Como acessar o Serviço pelo SUS
A porta de entrada para o serviço no Hospital Universitário é através da Atenção Primária de Saúde. “Quem realizou o teste pela rede privada e quer entrar no nosso serviço, que oferece tratamento e acompanhamento para a criança que apresentar alguma patologia, em ambulatório com especialistas habilitados e capacitados, tem que procurar a Unidade Básica de posse do diagnóstico que foi feito na rede privada e, através do médico ou do enfermeiro, acessar o serviço de referência e não simplesmente levar o diagnóstico e já querer dar entrada no serviço”, explicou Luciana.
“O serviço é de extrema relevância para o Estado, a parceria com o Hospital Universitário, que faz um excelente serviço, é muito importante, porque além de fazer o serviço ainda capacita os profissionais de toda a Rede do Sistema Único de Saúde (SUS), anualmente, preparando os profissionais que estão nos municípios para lidarem com essas crianças. O tempo todo existe o matriciamento do Hospital Universitário, a gente tem um grupo de trabalho onde todos os gestores falam conosco, tanto com a gestão estadual como a coordenação do serviço, tirando dúvidas, informando como a criança está, ajudando quando há dificuldade de conseguir os insumos, resultados, a todo tempo o HU é um grande parceiro de toda a rede SUS Sergipe, e nós só temos a agradecer”, concluiu a coordenadora.
Publicado: 6 de junho de 2019, 11:55 | Atualizado: 6 de junho de 2019, 11:55