Seminário Estadual de IST/Aids destaca o fortalecimento das ações de prevenção junto às populações-chaves e prioritárias
A epidemia do HIV está concentrada em determinadas populações conhecidas como populações-chaves e prioritárias. As ações de prevenção devem ser focadas nessas populações, pois apresentam maior prevalência da infecção por HIV e, no caso das populações prioritárias, existem dificuldades de acesso ao serviço de saúde. A partir desse entendimento, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), realizou nesta quinta-feira, 04, o Seminário de Enfrentamento ao HIV/Aids.
“Populações-chaves são aquelas de maior prevalência do HIV e Populações prioritárias são aquelas que têm dificuldade de acesso aos serviços. A finalidade foi abordar prevenção combinada, sexualidade, um pouco de vulnerabilidade e outros temas. Quando eles voltarem para os municípios vão começar um trabalho ligado à prostituição, população negra quilombolas e indigenas. A função do seminário é estimular os municípios a procurar essas populações para desenvolver as ações”, explicou o gerente do Programa IST/Aids e palestrante do Seminário, Almir Santana. Na palestra o gerente ainda enfatizou a necessidade da Atenção Básica se atentar e fortalecer o Pré-natal. O acompanhamento correto das gestantes previne o nascimento de crianças com Sífilis congênita, HIV e hepatites virais.
O evento tem como principal objetivo articular com profissionais como trabalhar o assunto com as populações-chave e prioritárias, a busca ativa e incentivar o protagonismo dos profissionais a identificar as pessoas soropositivas nas regiões, para buscar tratamento.
O Seminário contou com a participação de membros de representantes de gestores municipais que atuam na Atenção Primária e membros de organizações não governamentais, representantes da população negra, indígenas e quilombolas. Além disso, trouxe temas como a ‘Situação Epidemiológica da Principais IST em Sergipe’; ‘Populações-chave e prioritária: porque se preocupar com elas’; ‘Sexualiadade: gênero, Orientação e Identidade Sexual; ‘Vulnerabilidade e Gestão de Risco’; ‘Prevenção combinada: Faça a sua escolha e ‘Atenção Integral e Cuidado contínuo junto às populações-chave e prioritárias’.
O coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, de Nossa Senhora do Socorro, Paulo Roberto Gomes do Nascimento, conta que existe um tabu na procura de informações referentes às ISTs. “Tiramos várias dúvidas do que vem a ser IST/Aids. O intuito é levar para minha comunidade explicando a importância do uso do preservativo e das prevenções de jovens adolescentes senhoras, dentro da comunidade, no meu caso é religião afro nos terreiros. Acho importante falar sobre o assunto porque existe sempre uma resistência, pois o tema é muito polêmico. Quando você fala em Aids as pessoas têm medo de estar com o vírus. As pessoas têm dúvidas, às vezes são envergonhadas. Nesse caso encaminhamos para os agentes das Unidades Básicas e orientamos”, disse
O diretor de Vigilância Epidemiológica do município de Lagarto, Tiago Valença, destaca que ainda há muitos estigmas envolvendo as ISTs, sendo necessário trabalhar continuamente no território. “O seminário é muito importante no sentido de fortalecer as ações e combate a essas infecções no território. Principalmente hoje, no que diz respeito no combate aos estigmas e estereótipos que são colocados frente às Infecções Sexualmente Transmissíveis e, que muitas vezes, funcionam como uma barreira de acesso ao serviço. Para além da prevenção, diagnóstico e tratamento dessas ações, vem também o combate ao preconceito que é colocado frente a essa temática. Além disso, um dos objetivos é captar as informações e levar para o território enquanto agente multiplicador’”, finalizou.
Fotos: Valter Sobrinho
Publicado: 5 de novembro de 2021, 08:46 | Atualizado: 5 de novembro de 2021, 08:46