Saúde realiza reunião para a prevenção e combate da Leishmaniose Visceral
Por Herieta Schuster
Representantes da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), do Núcleo de Endemias, Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), o Centro de Zoonose do município e a Vigilância Epidemiológica Municipal participaram de uma videoconferência com o Ministério da Saúde para discutir diretrizes a serem tomadas em relação ao combate à Leishmaniose Viscerais.
A reunião, que aconteceu na manhã dessa sexta-feira, 18, teve como foco sensibilizar os profissionais para a importância do diagnóstico precoce da doença, que está espalhada e é crescente por todo o território sergipano. O grupo discutiu estratégias para descentralizar os testes rápidos para Leishmaniose, tornando o resultado mais rápido e eficiente.
Atualmente, esses testes só são ofertados no Lacen, Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) e Hospital Universitário (HU). “O diagnóstico precoce é fundamental para que exista a cura, fazendo todo o tratamento que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que dura seis meses”, relata a coordenadora do Núcleo Estadual de Endemias, Sidney Sá.
Segundo o coordenador do Lacen, Cliomar Alves dos Santos, o serviço realiza uma média mensal de aproximadamente 40 exames e o tempo do resultado é de sete dias. Ele alerta que poucos médicos solicitam esse exame.
“Fazemos muitos exames para Dengue e Zika, que na maioria das vezes não dá resultado reagente e que poderia ser um resultado para Leishmaniose, pois os sintomas são facilmente confundidos”, exalta.
Os sintomas nos seres humanos são: febre, emagrecimento, aumento do tamanho do baço e do fígado, palidez, fraqueza, edemas, icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos), eventos de hemorragia, quadros infecciosos e tosse.
A Leishmaniose Visceral (ou Calazar) é causada por um protozoário transmitido pelo Flebotomíneos (Mosquito Palha ou Birigui), que tem como um dos principais hospedeiros o cão doméstico. No homem, quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores serão as chances de cura. No cão, não há indicação de tratamento, pois não há comprovação cientifica de cura.
Controle da doença
Segundo a coordenadora do Núcleo Estadual de Endemias, Sidney Sá, a execução do programa de controle e eliminação da Leishmaniose Visceral é de responsabilidade dos municípios. Eles contam o apoio técnico da SES e do Ministério da Saúde com o fornecimento de insumos estratégicos como inseticidas e medicamento para o tratamento humano.
“Para fazer o controle da doença, é necessário que as Secretarias Municipais de Saúde façam a investigação dos casos, inclusive nos animais, o controle do vetor através do uso de inseticida em áreas infestadas pelo mosquito transmissor, ações voltadas para educação em saúde da população. Ainda é preciso que haja o manejo ambiental. O proprietário do cão que desejar fazer exame sorológico para diagnóstico da Leishmaniose Visceral deve procurar um Centro de Zoonoses do seu município (caso possua) ou a Secretaria Municipal de Saúde para solicitar o exame”, disse Sidney Sá.
“Os exames são realizados, primeiro, nos municípios com o uso de um Teste Rápido para fazer uma triagem dos animais suspeitos. O sangue dos animais que derem resultado positivo e 10% dos negativos é enviado para o Lacen, da SES, para confirmação ou não do caso. Em caso de positivo, o animal deve ser submetido à eutanásia. Embora existam, na ciência, várias pesquisas sobre o tratamento dos animais positivos, seguimos protocolo do Ministério da Saúde que recomenda a retirada dele do meio ambiente”, explicou Sidney Sá.
Leishmaniose em números
Neste ano já foram confirmados em Sergipe, 34 casos Leishmaniose Visceral. Desses, 25 que realizaram o tratamento correto ficaram curados e nove foram a óbitos.
Entre 2011 e 2015 foram 385 notificações, 256 confirmações, 214 pessoas curadas e 29 óbitos. As faixas etárias com maior incidência da doença são os adultos entre 20 e 39 anos, seguido das pessoas com idade entre 40 e 59 anos e, por último, vem às crianças de 0 a 4 anos.
De janeiro até a primeira semana de novembro, os municípios que tiveram maior incidência da doença foram: Aracaju, que apresentou 24 casos, seguido da Barra dos Coqueiros, com 1 confirmação, mesmo número registrado na cidade de Ilha das Flores, Itabaiana, Neópolis e Santa Rosa de Lima.
Nossa Senhora do Socorro apresentou 03 casos, onde dois foram curados. Já em Santana do São Francisco foram 02 casos, ambos com diagnóstico de cura.
Publicado: 18 de novembro de 2016, 17:28 | Atualizado: 18 de novembro de 2016, 17:28