Médicos participam de capacitação sobre  novos protocolos na determinação de morte encefálica

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Central Estadual de Transplantes (CET) e Organização de Procura de Órgãos (OPO), promoveu nesta terça-feira, 8, no Decós Day Hospital, uma capacitação sobre os novos protocolos a serem aplicados por médicos na determinação de morte encefálica. O evento teve como público alvo médicos da Rede Atenção à Saúde no intuito de alinharem os atendimentos prestados às diretrizes determinadas pela nova Resolução nº 2.173/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o protocolo da morte encefálica. Uma das novas exigências é que o médico responsável pelo protocolo seja capacitado e habilitado para isso. O coordenador do (CET) Central Estadual de Transplantes, Benito Fernandez,  fala sobre a importância do curso.

 

“O objetivo é formar mais profissionais da saúde e mais médicos com capacidade de abrir e fechar protocolos e aperfeiçoarem as oportunidades nos temos com pacientes em provável morte encefálica. A resolução estabelece que o profissional precisa ter no mínimo um ano de cuidados em pacientes em coma. A ideia é exatamente capacitá-los para poderem realizar o diagnóstico”, explica Benito.

 

 A capacitação foi realizada por uma equipe de médicos e enfermeiros, entre eles o coordenador do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEEPS) fornecendo apoio metodológico aos enfermeiros. “A Secretaria vem desenvolvendo ao longo do ano várias capacitações que ajudam a melhorar a rede estadual de saúde e, especificamente, a captação de órgãos e determinação de morte encefálica ajudam para que tenhamos um alcance maior, essa é uma luta muito grande da própria central de transplantes. Então, capacitar esses profissionais e prepará-los adequadamente é o objetivo para que não percamos órgãos” expõe.

 

 A enfermeira e coordenadora do OPO, Ana Paula Barrel, explica de que forma os familiares recebem a notícia pós-determinação, e protocolos a serem seguidos para doação dos órgãos. “Antes de tudo precisa saber o diagnóstico de morte encefálica, que é feito por três médicos capacitados ou habilitados, após concluírem esse protocolo fazemos uma investigação da viabilidade da doação desses órgãos, os critérios se podem ou não ser doadores, se tem câncer, HIV ou se há outras comorbidades que inviabilizam essa possível doação, caso não tenha se faz uma entrevista com a família do potencial doador, pais, filhos parentes de primeiro grau, esses podem autorizar a doação”, conta.

 

 A coordenadora enfatiza que os médicos recebem um treinamento para informar aos familiares sobre a Morte Encefálica e quais os procedimentos a serem adotados. “É um momento muito difícil, eu costumo dizer que não existe momento mais difícil na vida de uma pessoa do que perder um ente querido, então, a gente tem um treinamento técnico para isso, faz essa conversa com a família, ela aceitando a doação se inicia outro processo, que é a realização de novos exames”, explicou.

 

O protocolo de morte encefálica é um procedimento inerente de todo médico que trabalha em instituições de saúde hospitalares e ambulatoriais e lidam frequentemente com a fim da vida. Para a médica Neurologista, Larissy lima, essa é uma questão essencial para profissionais de saúde.”A parte prática vai ser realizada em bonecos e são modelos que simulam algumas funções orgânicas, eles permitem que a gente veja se há alterações que a gente ver nos pacientes mais otimizado possível, os alunos vão poder interagir com esses bonecos, vamos elaborar alguns casos clínicos e situações que são recorrentes, e aprender a tomar uma conduta em relação a esses casos”, esclareceu.

 

 O curso tem duração de oito horas, pois segue o protocolo da nova resolução n°2.173/ 2017. A prática foi realizada no período da tarde, onde a primeira atividade foi uma simulação, no qual a equipe médica comunicava a família sobre a morte encefálica do paciente. Após as apresentações, os grupos puderam discutir sobre as condutas adotadas em situações como essa. Ao final da capacitação, foi montada uma estação prática, em que os médicos puderam simular um atendimento baseado nas informações passadas ao longo do dia.

 

 

Publicado: 8 de setembro de 2020, 16:18 | Atualizado: 8 de setembro de 2020, 16:19