Bebês com Síndrome de Down recebem acompanhamento especializado no Follow-up da MNSL

Através do ambulatório Follow-up, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), os bebês que nascem com Síndrome de Down têm um acompanhamento especializado porque são considerados de alto risco. Através de uma equipe multidisciplinar composta por médico geneticista, neuropediatra, pediatra, além de fonoaudiólogo e fisioterapeuta que fazem o acompanhamento de seu desenvolvimento.

O médico geneticista da MNSL, Emerson de Santana Santos, explica que os cuidados com o portador de Down seguem uma trajetória que deve ser executada com monitoramento diário para que o bebê possa se desenvolver da melhor forma. Os bebês que nascem de nove meses com saúde, após alta, são acompanhados na Unidade Básica de Saúde do bairro onde a criança reside, já os bebês prematuros com má formação, sífilis congênitas e outras situações que necessitam de cuidados especiais no ambulatório de retorno através do qual recebem acompanhamento durante os dois primeiros anos de vida.

“Após o parto, buscamos diagnosticar as crianças com Síndrome de Down. Identificadas, elas passam a ter acompanhamento no ambulatório Follow-up, que é segmento da maternidade. Somos uma maternidade de alto risco, já temos uma triagem de gestante com risco, seja pelo ultrassom, porque o bebê já vai ter alguma cardiopatia. Nasce, em torno, de uma a duas crianças com Down por semana na MNSL. Ou seja, temos de quatro a oito bebês por mês. Há os que nascem bem e recebem alta com dois ou três dias de vida, mas há os prematuros e cardiopatas que vão precisar de cuidados intensivos nas primeiras semanas e vão ficar na UTIN”, revela.

Diagnóstico
O médico fala que como toda síndrome, existem características que são peculiares a síndrome de Down. Vale ressaltar que não é necessário que todas elas estejam presentes. “Quando o recém-nascido possui pelo menos oito ou mais características, confirma-se o diagnóstico clínico. Percebemos as características na face da criança, ela tem o olho mais puxado, o nariz baixo, a língua para fora, o rosto arredondado e achatado, o pescoço mais curto e possui excesso de pregas atrás da nuca”, esclarece.

Ele disse ainda que as mãos são pequenas, os dedos mais curtos, o bebê é mais mole. Caso possua seis características, terá que fazer o teste genético, através do exame de sangue, chamado cariótipo. Ainda de acordo com ele, pode ser confirmado assim que o bebê nasce ou pode ser suspeitado ainda na gestação, através do exame de ultrassom, que é realizado entre a décima terceira semana, chamado de translucência nucal.

“O bebê pode estar inserido em uma relação de aproximadamente 30 características. Não é obrigado a ter as 30, mas se encontrar oito ou mais características, praticamente se fecha o diagnóstico da Síndrome de Down”, disse o geneticista.

As crianças podem ter um aconselhamento com uma assistente social e muitas delas podem ter direito a um benefício do INSS, em função de sua condição clínica. “Na escola ela pode precisar de um psicopedagogo e um psicólogo. A criança com o diagnóstico da Síndrome de Down é portadora de necessidades especiais, e está amparada legalmente. Ela tem direitos a um benefício social e vai receber uma renda mensal para poder ajudar no tratamento”, informou o médico.

FOTO: FLÁVIA ASCOM SES

Publicado: 21 de março de 2019, 13:46 | Atualizado: 21 de março de 2019, 15:43