Estado de Sergipe garante tratamento e hospedagem aos pacientes oncológicos em Arapiraca
Por Acácia Mérici
“Fiz quimioterapia e cirurgia no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). Sempre fui muito bem atendida e os procedimentos ocorreram com sucesso. Agora, a expectativa para a radioterapia é a melhor. Tenho meus medos, mas a fé e a certeza da continuidade estão acima de tudo”. Este é o sentimento da dona de casa Maria Josielma dos Santos que, desde o último sábado, 05, está em Arapiraca, Alagoas, para iniciar as sessões de radioterapia, que concluirão o tratamento contra o câncer de mama.
Josielma é uma das 40 pessoas que integram a primeira turma que iniciou o tratamento na Unidade de Oncologia São Francisco de Assis, do Complexo Hospitalar Manoel André (Hospital Chama), fruto de um convênio do Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para assegurar o tratamento aos pacientes oncológicos do SUS com indicação 3D, além de dar celeridade ao tratamento de pacientes do Huse, cujo processo de construção do bunker para a instalação do segundo Acelerador Linear está em andamento. O valor do contrato entre a SES e o Hospital Chama é de R$ 2.400.000,00.
Assim que os 40 pacientes (regulados via Sistema Interfederativo de Garantia de Acesso Universal – SIGAU/SES, e pelo serviço de Tratamento Fora do Domicílio – TFD) e os 40 acompanhantes desembarcaram no Hospital Chama, foram recepcionados pela equipe técnica e ouviram atentos às explicações da médica oncologista e radioterapeuta Nallyanne Dantas Gouveia e da enfermeira Luciana Araujo, sobre a preparação, o processo realizado antes, durante e depois das sessões, as possíveis reações ao tratamento, recomendações médicas e demais orientações.
“O diálogo com o paciente é fundamental para ele compreender a complexidade do tratamento e como ele também pode contribuir para que o trabalho conjunto dará excelentes resultados”, afirmou Nallyanne Gouveia.
“Desde quando iniciou o processo até a chegada em Arapiraca, fomos tratados pela equipe da SES com muito carinho e atenção. Estou confiante que tudo dará certo”, complementa a paciente Maria Josielma.
De acordo com o físico médico Luis Eduardo Mendes, responsável pelo setor de radioterapia da Unacon do Hospital Chama, o tratamento ofertado é o 3D, cuja radiação inviabiliza o crescimento do tumor, reduz sequelas e protege os demais tecidos do corpo do paciente.
“O Hospital Chama é particular mas a grande parte da demanda é do SUS. O sistema 3D realiza com precisão o cálculo da dose de radiação à qual o paciente será submetido e consegue avaliar a estrutura dos pacientes. Isso traz inúmeros benefícios como qualidade no tratamento, poupando tecidos vizinhos próximos ao tumor, reduzindo os efeitos colaterais. O sistema trabalha conectado a uma rede que gerencia as informações produzidas em consonância com o Acelerador Linear”, explica o físico médico.
O secretário de Estado da Saúde, José Sobral, fez questão de acompanhar o primeiro grupo de pacientes a Arapiraca.
“Tivemos a melhor impressão do Hospital Chama, por tudo que proporciona ao paciente. Ficamos impressionados com o parque tecnológico e a modernidade dos equipamentos. Melhor ainda foi ver a satisfação do paciente ao ser acolhido e atendido. Sabemos do incômodo do deslocamento mas, ao chegar, constatamos que a equipe foi muito solícita e acolhedora. Há realmente um grande interesse e motivação para atender bem ao paciente. Visitamos todo hospital para ver os equipamentos, o planejamento de tratamento está muito bem feito e a equipe multidisciplinar é preparada para acompanhar nossos amigos sergipanos”, comemora José Sobral.
Apoio fundamental
Em Arapiraca, o secretário José Sobral foi conhecer, também, as acomodações onde os pacientes sergipanos ficarão hospedados no período em que farão o tratamento no Hospital Chama.
“Estou tranquilo! Os pacientes estão hospedados no Hotel Senna, com muito conforto e as três refeições garantidas. Tenho a certeza que os nossos amigos estão bem acolhidos em Arapiraca e terão êxito no tratamento. Outro ponto positivo é o deslocamento entre o Hospital e o local de hospedagem nesses dias de tratamento. O Centro Hospitalar Manoel André disponibiliza um micro ônibus gratuitamente para o traslado hotel–hospital–hotel”, enfatiza o gestor.
Como são amplos os casos de usuários que necessitam sair do próprio Estado para fazer procedimentos, o SUS estabeleceu que seria possível dar uma compensação: ajudar o paciente com o transporte para o local de tratamento e ofertar uma ajuda de custo diária. O serviço de Tratamento Fora do Domicílio da SES oferta uma ajuda de custo aos pacientes e acompanhantes.
O valor diário para ajuda de custo para realização de Tratamento Fora do Domicílio em todo o Brasil é determinado pela Portaria nº 55/1999, do Ministério da Saúde, que fixa em R$ 24,75 o montante a ser recebido pelo paciente. No caso específico da radioterapia, existe a decisão da Justiça Federal (processo nº 0006464-60.2009.4.05.8500) que determina que o Estado complemente em R$ 23,00 a ajuda de custo. Desse modo, o valor atual ao qual o Estado de Sergipe está limitado a pagar é de R$ 47,75 por dia. O mesmo montante é recebido pelo respectivo acompanhante.
“A Secretaria de Estado da Saúde só pode pagar ajuda de custo para pacientes submetidos a TFD em radioterapia o valor estabelecido pela Portaria nº 55/1999 do Ministério da Saúde e pela decisão da Justiça Federal. Entretanto, o valor mensal que cada paciente e respectivo acompanhante receberá de ajuda de custo é de R$ 2.865,00. Em pesquisa realizada pela SES em vários hotéis e pousadas próximos a clínica de radioterapia em Arapiraca, Alagoas, foi constatado que o valor é suficiente para que as pessoas fiquem confortavelmente acomodadas durante o tratamento.
Além desses R$ 2.865,00 de ajuda de custo mensal, a Secretaria de Estado da Saúde está pagando o transporte e o tratamento completo, ao custo médio de R$ 8 mil cada”, pontua o secretário de Estado da Saúde, José Sobral.
No dia 1º de março de 2016, a Secretaria de Estado da Saúde depositou ajuda de custo para 66 pessoas (pacientes e respectivos acompanhantes) que apresentaram a documentação completa, estavam aptos a viajar e concordaram em realizar o tratamento em Arapiraca. Dez pessoas demoraram em entregar a documentação, tendo sua ajuda de custo creditada no dia 02 de março de 2016.
Para a dona de casa Evenilse Oliveira Santa Rosa, a ida a Arapiraca é um grande passo para o sucesso do tratamento.
“Estou tranquila e confiante. Gostei muito do hospital, das acomodações no hotel. O fato de ter transporte para nosso deslocamento foi um grande presente. Já recebi a ajuda de custo e o hospital tem ótimas referências. Fomos muito bem acolhidos desde a saída de Sergipe até nosso tratamento em Alagoas”, afirma.
Publicado: 7 de março de 2016, 17:37 | Atualizado: 7 de março de 2016, 17:37