Ambulatório de follow up da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes realizou 11 mil atendimentos em 2015

Por Juliana Costa | Fotos: Ricardo Pinho

 

MNSL frente - Foto RICARDO PINHO (7)O Ambulatório de Retorno do Recém-nascido de Alto Risco (follow-up) está instalado no antigo prédio da Maternidade Hildete Falcão Batista, tendo iniciado suas atividades há mais de 10 anos com o desenvolvimento dos bebês prematuros que nasceram na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerenciada pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS).

 

Somente em 2015, o ambulatório somou 11.541 atendimentos, número superior ao ano de 2014, onde o follow-up realizou 9.176 atendimentos em todas as especialidades.

 

“Uma das ações de destaque pelo serviço é a prevenção à cegueira infantil que acontece graças ao acompanhamento periódico de um oftalmologista, através da análise do fundo do olho. Como esses bebês nascem com sete meses, ou até menos, e ainda não estão totalmente formados na barriga da mãe, correm o risco de apresentar a vascularização incompleta da retina. Daí a necessidade do diagnóstico precoce”, explica Luis Eduardo Prado Correia, superintendente da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.

 

Canguru

 

A MNSL é caracterizada pela Atenção Especializada à Gestante de Alto Risco e está certificada pelo Ministério da Saúde (MS) no Método Canguru. Conforme portaria GM/MS nº 1.683, de 12 de julho de 2007, o método tem como princípio a atenção humanizada, redução do tempo de separação entre mãe e o recém-nascido, favorecendo o vínculo e entre outros benefícios.

 

MNSL unidade canguru - Foto RICARDO PINHO (1)O Método Canguru possui três etapas. A primeira etapa é realizada na MNSL onde se inicia no pré-natal da gestação de alto risco, seguido da internação do recém-nascido na unidade neonatal. Nessa etapa, os procedimentos deverão seguir cuidados especiais entre eles estimular o livre e precoce acesso dos pais à Unidade Neonatal, sem restrições de horário, propiciar sempre que possível o contato com o bebê, garantir que a primeira visita dos pais seja acompanhada pela equipe de profissionais, oferecer suporte para a amamentação, estimular a participação do pai em todas as atividades desenvolvidas na Unidade, assegurar a atuação dos pais e da família como importantes moduladores para o bem estar do bebê e entre outros.

 

Já na segunda etapa que também é realizada na MNSL, o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe e a posição canguru será realizada pelo maior tempo possível. Esse período funcionará como um “estágio” pré–alta, onde são estabelecidos alguns critérios de elegibilidade para a permanência nessa etapa de estabilidade clínica, nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo), peso mínimo de 1.250g, desejo de participar, disponibilidade de tempo e de rede social de apoio, consenso entre mãe, familiares e profissionais da saúde, capacidade de reconhecer os sinais de estresse e as situações de risco do recém nascido, conhecimento e habilidade para manejar o bebê em posição canguru e entre outros.

 

A terceira etapa se caracteriza pelo acompanhamento da criança e da família no ambulatório ou no domicílio até atingir o peso de 2.500 g, dando continuidade à abordagem biopsicossocial.

 

O ambulatório de acompanhamento tem atribuições de realizar exame físico completo da criança tomando como referências básicas o grau de desenvolvimento, o ganho de peso, o comprimento e o perímetro cefálico, levando em conta a idade gestacional corrigida, avaliar o equilíbrio psicoafetivo entre a criança e a família.

 

Além de oferecer o devido suporte, apoia a manutenção de rede social de apoio, corrigir as situações de risco, como ganho inadequado de peso, sinais de refluxo, infecção e apneias, orientar e acompanhar tratamentos especializados e orientar esquema adequado de imunizações.

 

MNSL corredores - Foto RICARDO PINHO (4)O trabalho ambulatorial apresenta características a ser realizadas por médico e/ou enfermeiro, que, de preferência, tenha acompanhado o bebê e a família nas etapas anteriores, o atendimento, quando necessário deverá envolver outros membros da equipe interdisciplinar, ter agenda aberta, permitindo retorno não agendado, caso o bebê necessite, o tempo de permanência em posição canguru será determinado individualmente, após o peso de 2.500g, o seguimento ambulatorial deverá seguir as normas de crescimento e desenvolvimento do Ministério da Saúde.

 

“O follow-up acompanha os recém-nascidos em toda linha de cuidados necessários até completar dois anos de vida. O termo follow-up se refere ao seguimento do cuidado do prematuro de risco após a alta hospitalar,”, enfatizou Thereza Azevedo, coordenadora da unidade neonatal da MNSL.

 

O ambulatório também vem se destacando por acolher os bebês com microcefalia do interior do Estado de Sergipe para acompanhamento com uma equipe multidisciplinar. “Esses bebês nascidos na MNSL recebem atendimento especializado como oftalmologia, neurologia, fisioterapia e pediatria, além das consultas de enfermagem, psicologia e serviço social. De setembro até dezembro de 2015 foram registrados 42 bebês do interior com microcefalia fazendo acompanhamento no follow-up”, contabilizou a coordenadora.

 

Os programas de follow-up surgiram nos EUA, nos anos 60, por uma necessidade de diagnóstico precoce de problemas de saúde no prematuro, com objetivo de garantir uma intervenção correta o mais cedo possível.

 

Ainda de acordo com o superintendente da MNSL, Luis Eduardo Prado Correia, o serviço é de extrema importância para a garantia dos cuidados aos recém nascidos.

 

“Como esses bebês nascem antes da hora e correm o risco de apresentar alguns problemas imunológicos, recebem tratamentos especializados aqui no follow- up, o que é de extrema importância para o desenvolvimento dos mesmos”, concluiu.

Publicado: 4 de fevereiro de 2016, 19:03 | Atualizado: 4 de fevereiro de 2016, 19:03