Amamentação: um ato de carinho, conscientização e higiene

O momento usado para alimentar o bebê e, além disso, aproximá-lo da mãe nos primeiros anos de vida, fortalecendo vínculos afetivos, caracteriza a amamentação como um ato de carinho, mas também de higiene. A prática auxilia o bebê na obtenção dos nutrientes necessários ao seu crescimento e ao seu desenvolvimento, tornando enriquecedor o tempo em que permanece ligado à mãe. No entanto, esse ato de amor também inspira a limpeza das mamas, a fim de que ambos aproveitem da melhor forma essa relação de intimidade.

A higienização se faz necessária antes da amamentação para que sejam reduzidos os riscos de transmissão de uma infecção ao bebê e para evitar o aparecimento de problemas nos seios maternos, como irritações, fendas e mastite, que dificultam ou obrigam à suspensão temporária da amamentação. A mulher deve lavar as mãos e limpar cuidadosamente os seios, antes e depois de cada procedimento, com a ajuda de um algodão ou com uma gaze umedecida em água previamente fervida. Recomenda-se movimentos circulares do centro para a periferia, passando o algodão sobre os mamilos, aréolas e zona envolvente. Em seguida, deve haver a secagem.

A mãe pode se preparar para amamentar a partir do sexto mês de gravidez, quando pode lavar os seios com água, sem sabão, deixando-os expostos ao sol durante quinze minutos, antes das 10 horas e depois das 16 horas. Segundo a enfermeira obstétrica Líbia Machado, o leite materno é o melhor e o mais completo alimento para o bebê. “Entre os inúmeros benefícios adquiridos pela criança que é amamentada está o aumento da imunidade e a redução de inúmeros riscos, entre eles o de infecção intestinal. Para a mãe que amamenta, há possibilidade de redução mais rápida do peso após o parto e auxílio na contração uterina, que é a normalização do tamanho do órgão”, destacou a enfermeira.

O bebê deve sugar o peito com freqüência para estimular a produção de leite em quantidade suficiente e suprir suas necessidades. Mesmo apresentando aspecto transparente ou amarelado e de gosto um pouco salgado, o leite do começo, também chamado colostro, tem maior valor nutritivo que o leite normal, agindo como vacina e protegendo o bebê contra doenças que a mãe já teve. Mesmo se estiver desnutrida, a mãe pode alimentar o seu filho suficientemente, o que desmistifica a ideia de leite fraco. Além disso, seios grandes e pequenos produzem a mesma quantidade de leite, tornando-se pequena a produção nos primeiros dias, considerando que no período o bebê só precisa dessa pequena quantidade.

Dormir quando o bebê dormir e ingerir líquidos saudáveis, como leite, água e suco são recomendáveis às mães que amamentam. Em grande parte dos casos a produção do leite na mãe acompanha o apetite do seu bebê. “O leite materno supre até mesmo a necessidade de introdução da água na alimentação do recém nascido. Após os seis meses é possível ingerir frutas ou papinhas e só nesse momento, ao mudar a alimentação da criança, se torna obrigatória a inserção da água potável, a fim de que a criança não desenvolva desidratação”, acrescentou a enfermeira obstétrica.

Para as mães que precisam trabalhar fora durante o período de amamentação é recomendável que não interrompam esse processo, visto que é de extrema importância para os bebês recém-nascidos. Elas podem retirar o leite após o período de amamentação, usando frasco de vidro para armazenamento. Após coletado, o leite poderá permanecer por até 12 horas na primeira grade da geladeira e por até 15 dias no congelador ou freezer. Para oferecer o leite ao bebê é recomendável que haja uso de colher ou copinho. O leite deve ser descongelado e aquecido em banho maria, ou seja, com fogo desligado.

Banco de Leite

A dona de casa Vanuza dos Santos, do município de Divina Pastora, reconhece tanto a importância da amamentação que desde a primeira gestação se tornou doadora de leite. Para isso. ela recebeu orientações dos profissionais do Banco de Leite Humano (BLH) Marly Sarney, setor ligado à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), que é gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). “Aqui, recebi orientações sobre como lidar com mamas cheias e doloridas. Nesse processo, me tornei doadora de leite humano e já com meu segundo filho reconheço os benefícios da amamentação e também da doação”, ressaltou a dona de casa.

O Governo do Estado de Sergipe conta com três Bancos de Leite Humano que estão localizados nos municípios de Aracaju, Lagarto e Itabaiana. Para esclarecer dúvidas sobre amamentação ou para se tornar uma doadora é possível entrar em contato com profissionais de saúde através do Disque Amamentação, cujos telefones são (79) 3226-6335 e (79) 3226-6337.

 

Publicado: 20 de julho de 2017, 12:51 | Atualizado: 20 de julho de 2017, 12:51