Câncer de Mama: diagnóstico precoce aumenta a chance de cura

Por Herieta Schuster

 

“Perdi uma irmã para o câncer e algumas primas. Minha irmã mais nova também foi diagnosticada, por isso sempre fui muito atenta a cuidar da minha saúde. Venho investigando desde 2011, em 2012 fiz duas punções no mesmo ano. Foi quando veio a terrível notícia que estava com neoplasia mamaria maligna. Imediatamente comecei o tratamento. Hoje estou curada graças a Deus e ao diagnóstico precoce!”, relatou Maria Lúcia Santos Borges, cozinheira.

 

A detecção precoce é um dos métodos mais eficientes para assegurar a cura do câncer do câncer. No caso do de mama, 95% dos casos diagnosticados no início têm possibilidade de cura. Para incentivar a detecção precoce e chamar a atenção de todas as mulheres surgiu o Outubro Rosa, uma iniciativa mundial que alerta que é recomendada a realização exame clínico das mamas e mamografia a partir dos 40 anos de idade, de acordo com a indicação clínica.

 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a Mamografia de Rastreamento é recomendada para mulheres com idade entre 50 e 69 anos (a cada dois anos) e a Mamografia Diagnóstica para avaliar uma alteração suspeita na mama, podendo ser feita em qualquer idade. Os benefícios são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada.

 

A detecção de nódulos cancerígenos em mulheres assintomáticas pode ser realizada através do exame clínico das mamas, mamografia de rastreamento e o autocuidado. O exame clínico das mamas é realizado pelo médico ginecologista, mastologista ou profissional de saúde treinado, nas consultas de rotina, e deve ser feita de forma anual em mulheres com 40 anos ou mais.

 

Autoconhecimento é a atenção da mulher para o cuidado do seu corpo e da sua saúde. Dentre as ações que a mulher realiza, o autoexame das mamas é fundamental sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem nenhuma recomendação de técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. Deve ser realizado mensalmente, após a menstruação.

 

“O autocuidado com o corpo e a busca pelo equilíbrio do bem estar integral é sempre a melhor estratégia medida que a mulher pode usar para a manutenção da saúde. Manter uma alimentação saudável, reduzir o excesso de peso, evitar sedentarismo e consumo de álcool e outras drogas, além, de manter a regularidade de consultas e exames, são exemplos de autocuidado”, explica a enfermeira Kátia Valença, referência técnica do Programa Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

 

Kátia Valença chama a atenção para a necessidade das mulheres buscarem atendimento no Serviço de Saúde sempre que identificar algo diferente em sua mama. “Quanto mais cedo, melhor. Elas receberão avaliação clínica e farão exames necessários à promoção de diagnóstico e tratamento precoce que aumentam a chance de cura e qualidade de vida”, ressalta.

 

“Eu descobri o câncer fazendo o autoexame. Apesar de não ter ninguém na família com esse histórico, minha mãe é da área da saúde e nunca pensei que aconteceria comigo. Não estava na idade de risco, dei de mamar aos dois filhos. Quando estava desmamando o mais novo, deitei na cama, me toquei e senti algo estranho. Foi quando chamei meu marido e ele sentiu um nódulo”, relata Sheila Galba, professora e presidente da Organização Não Governamental Mulheres de Peito, que ajuda outras mulheres a enfrentar esse diagnóstico.

 

Sheila acreditava que era leite empedrado, pois ainda estava dando de mamar. “Fui ao médico seis meses depois. O médico me avaliou no toque, disse para não me preocupar e pediu para fazer a mamografia, que deu resultado negativo. Ele me explicou que, por não está na idade de risco (tinha 38 anos na época), é comum dar um falso negativo antes dos 40 anos. Para tirar toda dúvida, meu médico pediu para realizar a pulsão. Demorei a pegar o resultado porque, como tinha dado negativo, relaxei. Só um mês depois fui pegar o resultado, isso poderia ter custado minha vida”, enfatiza Sheila Galba.

 

A professora venceu! E dá o recado a todas as mulheres. “Peço a todas as mulheres que façam o autoexame, vão ao médico regulamente e realizem a mamografia anualmente. Essa doença não escolhe classe social, religião ou raça. É importante salientar que fiz todo o meu tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, argumenta Sheila Galba.

 

 

Publicado: 13 de outubro de 2016, 18:36 | Atualizado: 13 de outubro de 2016, 18:36