Infectologista do Huse alerta: bactérias presentes no celular podem causar infecção

A tecnologia é um elemento que faz parte da vida das pessoas. O aparelho celular é uma das invenções de maior alcance e utilidade para a população. Mas, o que muita gente não sabe é que os aparelhos celulares carregam uma grande quantidade de fungos e bactérias por conta do uso constante e da falta de higienização do equipamento e, principalmente das mãos.

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos. No Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), a infectologista e coordenadora do Núcleo de Epidemiologia, Segurança do Paciente e Infecção Hospitalar (NESPIH/Huse), Iza Fraga Lobo, explica os riscos do manuseio do equipamento durante a assistência prestada aos pacientes. Por esse motivo, todos os profissionais que trabalham em serviço de saúde ou mantém contato direto ou indireto com os pacientes devem higienizar as mãos.

A parte do corpo mais contaminada é a mão, por isso é importante higienizar as mãos para controlar o risco de infecção hospitalar e impedir a transmissão de germes. Como o celular está nas mãos de todo o mundo e virou uma febre, muitas vezes a pessoa está atendendo um paciente e toca o celular ele atende. Existem estudos que comprovam essa realidade, se fizer uma cultura no celular o resultado será um monte de bactérias. A gente tem alertado quando vai fazer as visitas, não é só a higienização das mãos, muitas pessoas não atentam para esse risco”, explica.

As recomendações ainda não estão muito claras e cabe uma reflexão para quem frequenta e trabalha nas unidades críticas. A proteção dos aparelhos com papel filme transparente é muito importante, pois, facilita a higienização com álcool. O ideal e mais recomendado é que não leve o aparelho para essas unidades ou faça a higienização do mesmo depois da visita ou do manuseio de um paciente. O cuidado deve ser tomado porque tudo isso implica em contaminação.

A infectologista alerta que a higienização das mãos e do aparelho são fundamentais e devem ser adotado por todos, seja no trabalho ou no dia a dia. “Só tocar no celular antes e após a higienização das mãos para não contaminar, se você pega em um paciente, não lava as mãos e depois vai pegar no celular, vai ter o risco de contaminação, vira um veículo de germes multirresistentes. A lavagem das mãos é o primeiro passo, depois limpar o aparelho com frequência, usar capas lisas para facilitar a limpeza, usar papel filme transparente, essas são medidas que ajudam e previnem o risco de infecção”, informou.

Para a limpeza com álcool, algumas medidas devem ser adotadas para não prejudicar o aparelho como: desligue o aparelho, retire a capa traseira, com uma toalha limpa, algodão ou papel absorvente e um pouco de álcool (70%) passe na parte traseira e no local da bateria, se preferir ou tiver dificuldade em algumas partes difíceis de alcançar, utilize um cotonete. Para o restante do equipamento, utilize um pano com água e três gotas de detergente, aguarde 15 minutos para que o resíduo do álcool evapore, remonte o aparelho e ligue-o em seguida.

Publicado: 20 de outubro de 2017, 18:32 | Atualizado: 20 de outubro de 2017, 18:32