Opera Mulher encerra ações do Outubro Rosa reforçando cuidados e cirurgias voltadas à saúde feminina
A iniciativa buscou dar celeridade aos atendimentos e ampliar o acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos, além de promover um acolhimento humanizado para as pacientes
O programa Opera Mulher, iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Estado da Saúde (SES), encerrou o projeto alusivo à campanha Outubro Rosa nesta sexta-feira, 24. As últimas atividades da ação, direcionadas às mulheres que se encontravam em status de regulação na fila de espera do programa, foram realizadas no Hospital e Maternidade Santa Isabel, em Aracaju, e no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Lagarto, cidade do centro-sul sergipano, unidades credenciadas pela SES.
O Opera Mulher é uma iniciativa do Governo de Sergipe voltada à saúde feminina, que faz parte do programa Opera Sergipe e oferece cirurgias eletivas de média e alta complexidade para mulheres de todo o estado. A iniciativa contempla procedimentos como histerectomia, laqueadura, colpoplastia anterior e posterior, mamoplastia redutora e endometriose.
O objetivo da ação foi reforçar os cuidados com a saúde da mulher, indo além do foco da campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre a importância da prevenção e diagnóstico do câncer de mama através da realização de exames. A iniciativa do Opera Mulher visou dar celeridade aos atendimentos e ampliar o acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos, além de promover um acolhimento humanizado para que as pacientes se sentissem mais confortáveis neste momento importante.
No Hospital e Maternidade Santa Isabel foram realizadas duas cirurgias de laqueadura, duas de mamoplastia redutora e uma de endometriose. A ação também disponibilizou consultas com especialistas cirúrgicos para 55 pacientes. No Hospital Nossa Senhora da Conceição, 20 mulheres passaram por procedimentos cirúrgicos, incluindo laqueaduras, histerectomias e colecistectomias.
Desde o início do programa Opera Sergipe, em 2023, até o momento, já foram realizados mais de 32 mil procedimentos cirúrgicos, dos quais, 14.266 são cirurgias femininas.
Para o cirurgião ginecológico, Vinícius Brito, um dos médicos responsáveis pelas operações ginecológicas do programa, a iniciativa já devolveu a qualidade de vida de inúmeras mulheres sergipanas. “Esse trabalho feito pelo Estado, em promover o Opera Sergipe e disponibilizar acesso a procedimentos que antes eram difíceis para a população, é muito importante. Além da cirurgia, também fazemos todo atendimento em geral. Então, o projeto proporciona uma grande melhora na situação de saúde das pacientes”, explicou.
População aprova
A dona de casa Mayara Figueiredo, 29 anos, moradora de Tobias Barreto, no centro-sul do estado, sofre com dores fortes causadas pela endometriose e um cisto uterino. Ela recebeu o diagnóstico em abril deste ano após realizar um mapeamento no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), gerenciado pela SES. Mayara esteve no Hospital e Maternidade Santa Isabel para entregar os exames pré-operatórios e marcar a data da sua cirurgia, que será realizada pelo Opera Mulher.
“Passei seis meses menstruada e sinto muitas dores. Depois da cirurgia, eu vou poder ter uma vida normal. Sem dor. Poder fazer minhas coisas e, principalmente, levar meu filho, que é neuroatípico, nas terapias”, destacou a dona de casa.
Na mesma unidade, a dona de casa do município de Pacatuba, no baixo São Francisco, Vaneide dos Santos, 29, realizou uma mamoplastia redutora. Segundo ela, a cirurgia é um sonho concretizado. “Estou muito feliz com a operação. O tamanho desproporcional da mama sempre mexeu muito com a minha autoestima e era até difícil para achar uma roupa. Por isso, decidi aproveitar a oportunidade de me operar através do Opera Mulher”, declarou.
Luana dos Reis, 30, é cabeleireira, mora em Nossa Senhora do Socorro e tem uma filha. Ela passou por uma laqueadura através do Opera Mulher e contou que decidiu realizar o procedimento porque não se adaptou a outros métodos contraceptivos, como pílulas ou injeções anticoncepcionais. “Eu vi no jornal que mulheres da minha idade podiam fazer essa cirurgia, então, procurei o programa e dei entrada em setembro. Agora, minha vida vai ser mais tranquila”, pontuou.
No Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Lagarto, a educadora social Marildes dos Santos, 47, moradora de Itaporanga D’Ajuda, na Grande Aracaju, fez uma colecistectomia (procedimento para remoção da vesícula biliar). Ela descobriu que precisava da cirurgia após sentir fortes dores, e foi encaminhada para o programa. “Esse programa adiantou muito a minha cirurgia e a de outras pessoas porque a fila estava enorme. Graças a Deus, desde que eu dei entrada, não demorou para chegar o dia da minha operação”, afirmou.
A lavradora lagartense Magna dos Santos, 37, fez uma laqueadura no mesmo hospital, através do Opera Mulher. “Eu sempre tive vontade de ‘ligar’, então, eu fui no postinho, pedi o encaminhamento médico e me inscrevi no programa. Vai ser muito bom porque eu não vou mais depender de remédios”, disse.









Fotos: Valter Sobrinho
Publicado: 24 de outubro de 2025, 14:33 | Atualizado: 28 de outubro de 2025, 08:36
