Secretaria de Estado da Saúde realiza capacitação em vigilância e controle às Leishmanioses
Iniciativa visa fortalecer equipes com foco no diagnóstico, manejo clínico e controle vetorial da doença em Sergipe
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reuniu nesta segunda-feira, 11, coordenadores de vigilância epidemiológica e médicos veterinários para discutir sobre ações de vigilância e combate à leishmaniose humana e canina no território. A ação se deu em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen/SE), unidade gerida pela Fundação de Saúde Parreiras Horta (FSPH) e a Fundação Estadual de Saúde (Funesa). Participaram representantes dos 75 municípios com o objetivo de atualizar o conhecimento profissional voltado para o diagnóstico, manejo clínico e controle vetorial da doença em Sergipe.
Durante o encontro, que aconteceu no Centro em Reabilitação José Leonel Aquilino (CER IV), equipamento da SES, os profissionais discutiram sobre a atuação da vigilância epidemiológica, controle de zoonoses, somados a saúde ambiental e atenção primária. O intuito é promover medidas para o diagnóstico oportuno, fluxos de atendimento e medidas de prevenção da doença. “A capacitação reforça a atuação conjunta entre saúde humana, saúde animal e meio ambiente, em conformidade com os princípios da Vigilância em Saúde e da abordagem ‘Uma Só Saúde’”, pontuou a referência técnica da leishmaniose visceral da SES, Rita Castro.
A capacitação tem o objetivo de dar ênfase ao ‘Agosto Verde’, mês dedicado ao combate das leishmanioses. “Nosso intuito é capacitar os profissionais e conscientizar a todos acerca dos sintomas da leishmaniose e seu fluxo no estado, levando conhecimento sobre o diagnóstico e o tratamento, tanto pela vigilância epidemiológica, como pela parte de cada setor”, enfatizou a gerente de zoonoses do Lacen, Karine Dantas.
A leishmaniose é uma doença vetorial, transmitida pelo mosquito-palha que, quando infectado, pode contagiar humanos e outros animais por meio do parasita Leishmania. Sergipe é considerado área endêmica para a leishmaniose visceral, com registros persistentes da doença, tanto em humanos, quanto em cães, especialmente em áreas urbanas e periurbanas.
“O estado tem enfrentado desafios relacionados ao controle populacional de cães infectados, à urbanização desordenada e ao manejo inadequado de resíduos, que favorecem a proliferação do vetor. Apesar dos avanços, ainda é necessário reforçar ações de vigilância, ampliar o diagnóstico precoce e fortalecer a articulação entre os serviços de saúde humana, veterinária e ambiental”, explicou Rita Castro.
Participação Profissional
De acordo com o médico veterinário do município de Divina Pastora, José Lucas dos Santos, para evitar a leishmaniose, é fundamental adotar algumas medidas preventivas. “É importante evitar matéria orgânica seca nos terrenos baldios e no fundo de quintais, pois o mosquito-palha gosta desse acúmulo. Além disso, deve-se controlar animais infectados, como cães por meio do encoleiramento e jamais abandonar esses animais, tendo em vista que isso também contribui para a disseminação da doença”, destacou.
O agente de endemias Maycon Santana, atuante no município de Simão Dias, também esteve presente no evento e comentou que, embora sejam registrados poucos casos da doença na sua região, a capacitação serviu como forma de adquirir conhecimentos necessários para a trabalhar em prol da permanência do cenário atual.
“Esse encontro foi importante para entender o quadro de casos de leishmaniose em Sergipe. Na oportunidade, foram fornecidos dados estatísticos e orientações sobre o que a gente pode fazer para melhorar o nosso trabalho na prática e promover a saúde da população no nosso estado”, relatou.








Fotos: Valter Sobrinho
Publicado: 11 de agosto de 2025, 15:37 | Atualizado: 11 de agosto de 2025, 15:37