Mais de 20 mil pacientes recebem medicamentos e insumos mensalmente por meio do Centro de Atenção à Saúde de Sergipe

Case garante a dispensação de medicamentos especializados da assistência farmacêutica para usuários do Sistema Único de Saúde do estado

O Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case) é uma unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) que possui atualmente 20.209 mil usuários cadastrados. O serviço abriga a farmácia do componente especializado da assistência farmacêutica, o que garante aos sergipanos o acesso integral ao tratamento medicamentoso especializado, bem como fórmulas alimentares especiais.  Em 2023, o Case realizou 104.111 avaliações técnicas para dispensação de medicamentos.

Assistida pelo Case há mais de quatro anos, dona de casa Silvia Vieira, de 62 anos, conta que realiza retiradas mensais no centro para o tratamento pulmonar. Ela não é a única integrante da família que é acompanhada pelo serviço. Seu esposo, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), também realizou cadastro no centro. “Os profissionais do Case são ótimos e aqui é tudo muito rápido. O meu medicamento é muito caro e se não fosse gratuito eu não teria condições de comprar. Também faço a retirada dos medicamentos do meu marido, que está se recuperando de um AVC”, relatou.

A coordenadora do Case, Jéssica Santos, destaca que o serviço de dispensação de medicamentos tem um papel fundamental no Sistema Único de Saúde. “No Case, todos os sergipanos podem ter acesso aos medicamentos do componente especializado da assistência farmacêutica e protocolos estaduais, como análogos de insulina e fórmulas alimentares”, destaca.

Acesso célere

Para acessar o serviço, o usuário precisa ter um encaminhamento médico com diagnóstico clínico e prescrição dos medicamentos. Após isso, o paciente precisa dirigir-se ao Case para realizar cadastro na unidade e passar por avaliação técnica, para que o processo seja autorizado.

Em seguida, o medicamento será dispensado e liberado a cada mês para retirada no Case. Passados de três a seis meses (depende do medicamento), é necessário renovar o processo na unidade.

Descentralização e cuidado

O Case conta com três programas cruciais que têm por objetivo assegurar a assistência dos sergipanos. O Serviço de Atendimento ao Preposto (SAP), o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e o Serviço de Nutrição.

O SAP é um programa voltado a usuários que residem no interior do estado e precisam receber medicamentos. No ano passado, 8.936 pacientes dos 74 municípios do estado foram assistidos e o número de atendimentos chegou a 25.667. Dessa forma, um representante legal, chamado de preposto, é indicado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para que ele se desloque até a capital para retirar os medicamentos e leve até o município para fazer a distribuição para os usuários.

O usuário cadastrado no Case que reside em algum dos 74 municípios do interior que deseja receber seus medicamentos, fórmulas alimentares ou insumos por meio do programa SAP/Case deve solicitar à Secretaria Municipal de Saúde a inclusão no programa, mediante apresentação de xerox de RG, CPF, comprovante de residência e preenchimento da declaração autorizadora (procuração). 

A mãe de João Félix, dona Josefa Pacheco, de 78 anos, é residente em Lagarto e aderiu ao Serviço de Atendimento ao Preposto. Sendo assim, recebe seu insumo no município. “O medicamento da minha mãe é para o pulmão e é bastante caro. Hoje estou renovando o cadastro aqui no centro, mas recebemos o medicamento no nosso município. Somos bem-atendidos sempre e a nossa palavra é gratidão”, relata João.

Já o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) do Case realiza as entregas de medicamentos em domicílio para pacientes renais, transplantados, acamados e com dificuldade/limitação de locomoção ou portadores de necessidades especiais, residentes de Aracaju. Com uma média de 2.365 usuários cadastrados e 18.174 atendimentos em 2023, o serviço é essencial para garantir a assistência medicamentosa do paciente SUS.

Além desses dois, há também o Serviço de Nutrição, que atende aos pacientes do protocolo estadual de alergia alimentar com a dispensação de fórmulas alimentares para crianças de zero a dois anos. O serviço possui atualmente 478 crianças com cadastros ativos, e em 2023 foram distribuídas 35.804 fórmulas alimentares para crianças com alergia à proteína do leite de vaca. 

Educação em saúde

Entre as parcerias desenvolvidas pelo Case está a de educação em saúde, realizada com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), que tem por objetivo orientar os usuários sobre o manejo das insulinas. A farmacêutica do Laboratório de Bioquímica Clínica da UFS, Jessiane Bispo, conta que o projeto é coordenado pelo professor Lizandro Pinto Borges e que estabelece um diálogo com os usuários do serviço para garantir o uso correto do insumo. 

“Orientamos a maneira correta que eles precisam fazer o uso, o passo a passo correto de como utilizar a insulina para obter o melhor resultado no seu tratamento, fazer também o uso racional do medicamento, para o melhor resultado no futuro. Porque muitos pacientes não têm essa informação corretamente”, explica.

A usuária Tamires Dantas, 36 anos, voltou a residir recentemente em Monte Alegre. Diabética, realizou o cadastro no Case e recebeu as primeiras canetas de insulina junto com uma orientação sobre o manejo. “Desde os 12 anos sou diabética e uso insulina há 24 anos. Antes eu fazia algumas coisas que achava estar correto, e vi que não estava. Um exemplo é o modo de armazenar a caneta do medicamento. Também não agitava a insulina antes de usar, o que está errado. Então considero a orientação fundamental”, disse.

Fotos: Flávia Pacheco

Publicado: 20 de janeiro de 2024, 15:31 | Atualizado: 20 de janeiro de 2024, 15:31