UTQ do HUSE participa de encontro de aperfeiçoamento com Centros de Queimados de todo o país
A Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), administrado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), é referência no Nordeste no tratamento de pessoas queimadas e premiada no XI Congresso Brasileiro de Queimaduras (CBQ), sendo premiado com a segunda colocação. O evento, que acontece a cada dois anos, conta com a participação de representantes de todo o país.
Nesta sexta- feira, 14 de setembro, aconteceu, no auditório do Hospital Universitário (HU), uma reunião de atualização online com vários centros de queimados do país, via teleconferência, organizado pela Central de Queimados de Campinas com o apoio da Sociedade Brasileira de Queimaduras e o Huse estava presente. O encontro será mensal e a cada mês alguém dará uma aula de relevância em queimaduras, oportunidade de reciclar conhecimentos e de trocar experiências com outros setores. “A próxima aula, em outubro, será ministrada por mim”, diz coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do HUSE, Dr. Bruno Cintra.
Sobre o Congresso, o coordenador da UTQ do Huse avalia que é uma excelente oportunidade de mostrar os trabalhos que são realizados no Huse e um deles foi o aumento assustador de queimados por álcool em 2017, um marco no que diz respeito a queimaduras por líquidos inflamáveis, em especial o álcool, o que parece ter relação direta com o aumento no preço do gás de cozinha (GLP).”Mandamos três trabalhos e esse foi premiado com o segundo lugar, o que nunca tínhamos sido e nem esperávamos” conta o coordenador da unidade que acrescenta “É legal, pois é uma forma de reconhecimento do Brasil. Teve um ano que apresentamos 17 trabalhos só da UTQ”.
No ano passado houve um aumento muito grande de queimaduras por álcool líquido combustível no estado, devido ao preço do gás de botijão que está altíssimo. “As pessoas não tem dinheiro e compram álcool liquido para fazer comida e o resultado é trágico. No quarto feminino, atualmente, há três mulheres, todas elas queimadas por álcool. É gravíssimo” comenta o coordenador.
Em 2017 ficaram internados no hospital 207 pacientes, quase 20 por mês, com sete óbitos. “O ano inteiro é cheio, não apenas no São João. A maior parte dos óbitos, hoje, não é devido à queimadura, mas por causas secundárias como infecção pulmonar, septicemia. Tivemos dois infartos, um deles um paciente velhinho internado que melhorou da queimadura e depois infartou. Mas são números bons, a nossa estatística é comparável aos melhores centros do país”, ressalta Dr. Bruno.
Publicado: 17 de setembro de 2018, 07:52 | Atualizado: 17 de setembro de 2018, 07:52