União e assistência: Tenda do Huse é desmontada e registra 938 atendimentos de baixa complexidade
A Tenda de Baixa Complexidade, em funcionamento durante 10 dias na porta do Pronto Socorro (PS) do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), foi desmontada na tarde desta sexta-feira, 4, após uma reunião entre a superintendência (interina) do Huse, membros do Pronto Socorro e gestores da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Fundação Hospitalar (FHS). A iniciativa foi tomada depois do retorno do funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Zona Norte e Zona Sul, além dos 44 Postos de Saúde e os Centros de Apoio Psicossocial.
A Tenda integrou o Plano de Contingência Emergencial elaborado para viabilizar atendimento imediato à população desassistida pelo Município durante as paralisações e diminuir a sobrecarga de trabalho para os funcionários do Huse, que é referência Estadual em urgência e emergência de média e alta complexidade, e trauma.
A diretora administrativa do Huse, Aline Bastos, agradeceu a participação de todos os funcionários e parabenizou o trabalho em equipe. “Conseguimos, mais uma vez, provar a eficiência do Huse. Nesse período, ele foi o único hospital porta aberta da cidade de Aracaju. O único acesso aos usuários do SUS que precisavam de serviços básicos foi o Huse, porque todos os outros municipais estavam fechados. Conseguimos atender toda a demanda, inclusive, saímos de um tempo resposta de 8 horas para 40 minutos de espera no atendimento. Isso foi maravilhoso. Unimos força e garantimos a assistência à população”, declarou.
Tudo foi estrategicamente pensado para desafogar a grande demanda que superlotou o Huse, ter resolutividade e não comprometer os trabalhos das equipes assistenciais do hospital. No mês de outubro, o Huse realizou 13.509 atendimentos totais, sendo que 11.666 foram classificados como de baixa complexidade (5.594 foram usuários de Aracaju).
Durante os dez dias em que a Tenda funcionou, foram realizados 938 atendimentos rápidos, característicos dos postos de saúde, a exemplo de hidratação, medicação, aplicação de aerosol, etc.
Usuários
Janete Goes, 34, foi um exemplo de usuário do baixa complexidade atendido na Tenda. Ela sentiu dor no corpo, febre e dor de cabeça. A jovem é consciente de que esse tipo de atendimento é perfil para as UPAs, mas ao chegar na unidade mais próxima da sua casa, encontrou o espaço fechado. “Sem a saúde, a pessoa não é ninguém. Eu estava com muitas dores e sei que um remédio em casa poderia resolver. Procurei o médico para me receitar e só encontrei conforto aqui no Huse”, enfatizou.
O jovem Ancelmo Bispo, 19, procurou o Huse em busca de tratamento para uma dor abdominal e, após avaliação de Classificação de Risco, foi identificado como paciente de baixa complexidade, sendo encaminhado para a Tenda. “Achei de fundamental importância a preocupação dos servidores com os pacientes. Todo mundo estava sendo atendido e não demorava para tomar a medicação. Em pouco tempo recebi alta”, disse.
A Tenda seguiu todos os protocolos clínicos e assistenciais. No local estavam cadeiras fixas, pias, insumos, suportes de soro, medicações para uso básico, poltronas e toda uma estrutura para garantir tranquilidade às equipes e conforto aos usuários.
“De lição, vimos o quanto o fluxo bem definido contribui bastante para todos pacientes e profissionais. Mais uma vez ficou provado que a equipe do Huse está qualificada para enfrentar qualquer desafio. Foi muito difícil no início, pois não sabíamos o tamanho da demanda que viria. Como houve uma parceria de logística de todos os setores, o resultado foi o melhor que esperávamos: a excelência. Os profissionais internamente não se sentiram carregados porque a Tenda absorveu o propósito para que foi feita: os pacientes que precisaram de urgência e emergência foram atendidos no tempo hábil pois as poltronas não estavam ocupadas”, comemora Aline Bastos.
A Tenda de Baixa Complexidade mostrou que organização e comprometimento são marcas da gestão da SES e da FHS.
“Preocupado com a superlotação do Pronto Socorro, em virtude da paralisação dos serviços básicos do município de Aracaju, o Governo do Estado ficou muito atento com a assistência aos usuários que não encontravam a porta aberta dos serviços básicos. A superlotação estava excedendo a capacidade de resposta do Huse, comprometendo todo o planejamento de materiais, insumos e medicamentos, e a grande medida foi a instalação da Tenda. Sem dúvida, um marco na história da Saúde Pública de Sergipe. A união de todas as forças resultou em um belo trabalho onde a população e os servidores foram os grandes beneficiados”, afirma Conceição Mendonça, secretária de Estado da Saúde.
Para a gestora Estadual, a soma dos esforços fez toda a diferença. “Agradecemos todo o apoio do Comando do Exército, através dos Militares do 28º Batalhão de Caçadores (28BC), que atendeu ao nosso apelo e montou a estrutura da Tenda. O Serviço Militar é um grande parceiro em todas as ações emergenciais de Saúde. Agradecemos a todos os gestores e servidores da SES e FHS que, nesse período crítico, cada vez mais mostraram o quanto a união e o comprometimento trazem resultados significativos para fortalecer o SUS em nosso Estado”.
Publicado: 4 de novembro de 2016, 21:27 | Atualizado: 4 de novembro de 2016, 21:27