Testes rápidos detectam resultados positivos para HIV e Sífilis em profissionais do sexo

Por Luiza Sampaio

 

A Unidade Móvel “Fique Sabendo”, da Gerência Estadual de DST/Aids da Secretaria de Saúde (SES), realizou mais ação na noite de ontem, 14. Desta vez, foram disponibilizados testes rápidos para Sífilis, HIV e as Hepatites B e C, em frente ao Restaurante Popular Padre Pedro, no Centro de Aracaju. Apesar do público atendido não ter sido muito alto, o resultado da ação, segundo o gerente do programa, o médico Almir Santana, foi preocupante.

 

“Foram realizados 39 exames para cada patologia, totalizando 117 testes. Destes, sete deram reagentes para sífilis e outros dois para HIV, a maioria identificados em profissionais do sexo que atuam naquela região”, informa o técnico da SES. Para Almir Santana, o resultado mostra que a epidemia das infecções sexualmente transmissíveis, especialmente da Aids, continua concentrada em determinadas populações.

 

“Além disso, não somente Sergipe, mas o país, também enfrenta um aumento exacerbado dos casos de Sífilis, que é uma doença silenciosa e com graves consequências, inclusive para as crianças diagnosticadas com Sífilis Congênita, aquela que é passada da mãe para o bebê ainda durante a gestação”, alerta Almir Santana.

 

No caso dos testes de ontem, os quatro reagentes para HIV foram em profissionais com identidade sexual feminina. Já dos sete positivos para Sífilis, quatro foram em profissionais do sexo masculinos com identidade sexual feminina. “Vamos intensificar o trabalho com a Unidade Móvel em vários pontos da cidade. Mas, para fortalecer essas ações, precisamos, também, do apoio das organizações não governamentais que trabalham com essa classe”, ressalta.

 

Almir Santana frisa, ainda, que é necessário haver uma mudança de atitude das pessoas que procuram os profissionais do sexo, pois, em alguns casos, mesmo sendo casadas, elas continuam rejeitando o uso da camisinha. “Usar ou não o preservativo é uma decisão de cada um, mas essa escolha pode trazer consequências para a vida não apenas de quem optou, mas também para a família. Não é falta de informação. É falta de atitude e de percepção de risco”, opina.

Publicado: 15 de abril de 2016, 16:14 | Atualizado: 15 de abril de 2016, 16:14