SES reúne Rede Hospitalar Estadual e Vigilâncias municipais para alinhar fluxos e manejo para os casos de dengue

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) e Diretoria de Atenção Integral à Saúde (DAIS), reuniu, na manhã desta quinta-feira, 02, no auditório do Centro Administrativo da Saúde (CAS), representantes da Rede Hospitalar Estadual e das Vigilâncias dos municípios a fim de alinhar fluxo e manejo para os casos de dengue, que vêm aumentando no estado de Sergipe, e outros agravos.

“O objetivo da reunião é apresentar o panorama atual dos casos de dengue e reforçar a importância da notificação. As portas das urgências da Rede Hospitalar estão lotadas de pessoas com clínica compatível de caso suspeito de dengue, mas, na grande maioria, não estão sendo notificados. A maior notificação que nós temos é do Huse, mas toda região de saúde tem um hospital com esse perfil de atendimento. Precisamos falar sobre isso, a dengue é grave”, disse a diretora de Vigilância em Saúde, Mércia Feitosa.

O período é critico e a união de esforços e qualificação são muito importantes nesse momento. O panorama atual da dengue apresenta 113 casos confirmados em quatro meses e, diferentemente dos anos anteriores, a concentração dos casos da doença está atingindo a faixa etária de adolescentes e crianças.  “Um município que em 2018 apresentou sete casos, hoje está com 37, considerando o mesmo período, ou seja, entrando em uma epidemia. Além disso, já tivemos dois óbitos de crianças em 2019”, comentou Mércia.

O total de notificações, atualmente, é de 537, distribuídos da seguinte forma: o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) apresenta 166 notificações, a Clínica da Família Marieta Souza Andrade, no município de Monte Alegre, aparece com 114, o Hospital Regional João Alves Filho, em Nossa Senhora da Glória, está com 54 notificações. Já a Clínica de Saúde da Família Maria Gomes de Andrade, no município Nossa Senhora de Lourdes, registra 49, o Hospital Regional de Socorro, 31, o USF José A. de Lima C. Miranda localizado em São Cristóvão está com 30 notificações registradas e, em Aracaju, o Hospital Municipal Des. Fernando Franco e Hospital Primavera, ambos registram sete notificações cada um.

A coordenadora de Atenção Pré-hospitalar e Hospitalar, Jurema Viana, reforçou a importância de registrar corretamente as notificações. “Precisamos identificar o que é que está acontecendo, onde é que a gente está deixando passar algumas situações e tentar fazer essa integração entre a atenção hospitalar e a vigilância. O objetivo hoje é que cada um possa voltar para a unidade levando informações importantes, fomentando a questão da notificação, da vigilância, de observar melhor o movimento de porta, como os nossos usuários estão chegando para ter ações mais efetivas, melhorando a observação de como está cada região, cada hospital regional, cada UPA, para evitar que casos graves passem despercebidos, casos que poderiam ter sido evitados o agravamento se tivessem sido identificados no primeiro momento e tivessem tido uma vigilância maior. Esse é o nosso objetivo”, comentou Jurema.

O Hospital Regional do município de Nossa Senhora do Socorro registrou aumento no número de pacientes atendidos. “É muito importante a Vigilância reunir a Rede aqui para passar essas informações, tanto de fluxo, como de unificação de condutas para que a gente não gere falsos casos positivos, porque nessa época todo mundo se impressiona e, às vezes, qualquer coisa que atende se torna dengue, então são importantes esses fluxos para que a gente possa atender com protocolo unificado para a Rede como, também, a gente saber a maneira correta do diagnóstico dos casos, para que tenhamos esse fluxo bem desenhado e certeza nos diagnósticos”, falou a superintendente, Iza Conceição Léo do Prado.

Testes rápidos não são recomendados para diagnosticar casos de dengue

Os testes rápidos costumam ser utilizados para triagem, porém não são confiáveis para o diagnóstico. “Pode acontecer de apresentarem um resultado negativo e a pessoa descartar, por isso a clínica deve ser soberana. Posso estar com um teste rápido negativo e a pessoa ter toda a clínica compatível para a dengue, então é preciso que se faça a sorologia”, explicou Mércia.

O médico infectologista da SES, Marco Aurélio, observou que testes rápidos em urgência não são recomendáveis. “O teste rápido pode não ser capaz de detectar a dengue na fase aguda, a maioria não consegue. A sensibilidade desses testes é muito baixa. Na triagem da urgência é um desserviço na maioria dos casos. Quando dá positivo não se sabe se é, e quando dá negativo também não se sabe, então ele atrapalha, é melhor não ter”, finalizou.

Fotos: Valter Sobrinho ASCOM SES

Publicado: 2 de maio de 2019, 19:08 | Atualizado: 2 de maio de 2019, 19:08