Samu Sergipe recebe média de 500 ligações diárias e ajuda a salvar vidas

Por Acácia Mérici | Fotos: Ricardo Pinho

SAMU Sergipe - Fotos Ricardo Pinho (21)Quando o assunto é atendimento de urgência, a aposentada Maria Julia Nascimento, 60, é direta. “Tem que ligar para o Samu! Minha família já precisou dos serviços por algumas vezes e sempre fomos muito bem acolhidos. Certa vez, minha filha foi atropelada, sem gravidade. Ligaram 192, conversaram com a atendente e logo chegou uma viatura. Lá mesmo recebeu os cuidados. Ela foi levada ao hospital para observação e, pouco tempo depois, teve alta”, comemora.

 

Dona Maria conta que o atendimento vai muito além. “Quem está do outro lado da linha nos trata com muito carinho e paciência. Em certa ocasião, meu genro não estava se sentindo bem e, ao ligar para o Serviço, recebemos todas as orientações necessárias pelo próprio telefone. Foi providencial. Ficamos satisfeitos demais”, ressalta.

 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu 192 Sergipe) é um grande aliado da população na garantia da assistência qualificada e na prestação de socorro em casos de urgência e de emergência. Ele é fundamental no atendimento pré-hospitalar em casos de acidentes de trânsito, problemas cardiorrespiratórios, intoxicação, crises convulsivas, acidente vascular cerebral (AVC), acidentes com produtos perigosos, etc.

 

“O Samu recebe diariamente uma média de 500 ligações. Ao ligar para o 192, o solicitante informa ao Técnico Auxiliar de Regulação Médica (Tarm) dados básicos como nome, endereço, ponto de referência e o tipo de ocorrência. Após isso, a ligação é encaminhada ao médico regulador, que tem a capacidade para identificar qual é a necessidade do paciente, fazer a orientação médica e definir a resposta para a solicitação até que uma motolância, uma Unidade de Suporte Básico (USB) ou Avançado (USA) seja direcionada ao local solicitado”, destaca Glícia Ramos, superintendente do Samu 192 Sergipe.

 

De acordo com a gestora, o tempo-resposta é imprescindível para o rápido encaminhamento do paciente até a unidade que atenda ao seu prognóstico.

 

“O Samu é vinculado à Central de Regulação das Urgências (em funcionamento no Complexo Regulatório Estadual) para realizar a regulação pré-hospitalar móvel e o deslocamento até a unidade hospitalar mais indicada ao atendimento ao paciente, de acordo com a classificação de risco. O serviço monitora toda a Rede Hospitalar Estadual de Saúde”, destaca Glícia Ramos.

 

Considerado o melhor serviço de APH (Atendimento Pré-Hospitalar) do Brasil pela excelência e resolutividade, caracterizado também  pela melhor relação entre o número de habitantes e o quantitativo de ambulâncias, capacidade técnica e qualificação de toda sua equipe profissional, o Samu também tem experiência na participação de eventos de massa para que, em caso de uma necessidade, dê o atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência, atuando paralelamente com a Central de Regulação.

 

Glícia Ramos explica que, aos finais de semana, naturalmente aumenta a demanda de chamadas e atendimentos. Mesmo assim, a Rede Estadual de Urgência e Emergência a mostra a resolutividade. “Para se ter uma ideia, no último fim de semana o Samu recebeu 659 abertura de chamadas, com envio de 313 USBs, 84 USAs e 13 Motolâncias. Paralelo a isso, o Pronto Socorro do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) atendeu a 588 usuários. Os altos números de atendimento apontam a possibilidade de um tempo maior na liberação das macas, o que não significa que houve desassistência. Mesmo com muitos paciente dando entrada, o atendimento é feito e garantido”, destacou Glícia Ramos.

 

SAMU Sergipe - Fotos Ricardo Pinho (33)Resoluto e eficaz

 

O Samu Sergipe conta com 48 equipes assistenciais que preenchem todos os requisitos de qualificação do Ministério da Saúde. Ao todo, são 1.150 profissionais, 59 veículos: 43 Unidades de Suporte Básico (USB) e 16 Unidades de Suporte Avançado (USA). Na Central de Regulação das Urgências, a sala de atendimento conta com médicos reguladores e dois telões onde os profissionais acompanham a capacidade instalada e a resolutividade de toda Rede Hospitalar.

 

“É nessa sala que é feita regulação pré-hospitalar móvel, o encaminhamento para a unidade hospitalar mais indicada ao atendimento ao paciente ou até mesmo a orientação médica”, complementa a superintendente.

 

Ao todo, são 37 bases descentralizadas que garantem a cobertura assistencial aos 75 municípios sergipano. Elas funcionam como postos estratégicos para ambulâncias e equipes assistenciais, garantindo os atendimentos com tempo-resposta adequado e respeitando a ordenação dos fluxos das urgências. Todas as bases seguem a estrutura física padronizada pelo Ministério da Saúde.

 

“Não existem barreiras para os atendimentos do Samu. Mesmo que uma cidade não tenha base descentralizada e for identificada a necessidade do envio de uma ambulância à demanda solicitada, o Serviço encaminhará aquela mais próxima, com o menor tempo resposta possível para o atendimento. Toda população sergipana é assistida”, enfatiza Glícia Ramos.

 

Das 37 bases, 19 já foram reformadas pela Fundação Hospitalar de Saúde até o momento: Lagarto, Itabaiana, Propriá, Nossa Senhora das Dores, Itabaianinha, Areia Branca, Boquim, Carmópolis, Neópolis, Carira, Base Metropolitana (anexo ao Huse), Sigau (Central de Regulação), Barra dos Coqueiros, base do bairro Siqueira Campos, Containers da Base do Aeroporto, Nossa Senhora do Socorro, Porto da Folha, Poço Verde, Capela, Boquim.

 

“As reformas estruturais englobam pintura interna, externa, correção de infiltrações, troca de revestimento, revisão da parte elétrica e hidráulica, entre outras. A previsão é que, já na próxima semana, iniciem as reformas de Estância e Aquidabã. A base de Simão Dias recebeu a visita da Gerência de Manutenção na semana anterior, que realizou uma vistoria, identificando todas as fragilidades, e está realizando o levantamento de preços para efetivar a reforma completa na base”, destaca a superintendente.

 

Vale lembrar que, nesse segundo semestre de 2016, entrou em operação da Base descentralizada da Universidade Federal de Sergipe, em uma localização estratégica para atendimento aos pacientes de toda a região dos conjuntos Rosa Else, Eduardo Gomes e do município de São Cristóvão.

 

SAMU Sergipe - Fotos Ricardo Pinho (18)“Esse espaço conta com uma estrutura excelente e segue a padronização exigida pelo Ministério da Saúde. Recebemos também recentemente, 17 aparelhos de ar-condicionado, que estão sendo distribuídos entre as bases”, aponta.

 

Manutenção

 

Todo veículo sofre desgastes naturais quando é utilizado em demasia, independentemente  do cuidado de quem conduz. Para isso, o Samu realiza, preventivamente, manutenções em seus veículos e, quando é identificado algum problema ou dano na ambulância, imediatamente o veículo é removido pela supervisão de frota para que seja feita a manutenção corretiva.

 

“Mesmo durante os processos de manutenção, não há desassistência aos usuários que solicitam os serviços, considerando que atuamos com um modelo geocêntrico, no qual um determinado município poderá até ter uma ausência temporária da viatura, mas as ambulâncias dos municípios circunvizinhos prestam assistência”, pontua a gestora.

 

Trotes

 

No último fim de semana, das 1.537 ligações recebidas pelo Samu, 878 delas eram trotes. No balanço do primeiro semestre, das 108 mil chamadas, cerca de 28 mil foram trotes.

 

“Passar trote é crime! Isso prejudica bastante o serviço que é disponibilizado, causando prejuízos financeiros, danos aos equipamentos e desgaste emocional dos Tarms. Mantemos a campanha ‘Sou Amigo do Samu – Não passo Trote’, uma ação educativa que orienta a população sobre os riscos dessa prática ilegal. É preciso a conscientização de todos”, ressalta a superintendente do Samu, Glícia Ramos.

 

Publicado: 30 de agosto de 2016, 19:28 | Atualizado: 30 de agosto de 2016, 19:28