Profissionais discutem “Política de Humanização” no auditório da Funesa

Por Kitéria Lima

“Política de Humanização”. Esse é o tema que está em debate até sexta-feira, dia 1, por profissionais da Psicologia no auditório da Fundação Estadual de Saúde (Funesa). As discussões acontecem com cerca de 30 profissionais que trabalham na recepção dos hospitais e maternidades dos municípios de Nossa Senhora da Glória e Itabaiana. O evento está sendo realizado com todas as unidades hospitalares da Rede em parceria com a Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES). A capacitação vai até o dia 11 de maio.

Essa é a terceira turma de capacitação com o mesmo objetivo: preparar ainda mais os profissionais que são considerados o cartão de visita de cada unidade de saúde, a porta de entrada, que é a recepção. A capacitação dessa semana está sendo coordenada pela psicóloga Paloma Sant’Anna, Analista Educacional da Funesa, e os psicólogos Elder Magno e Marcelo Elias, ambos do Setor de Humanização do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

O diretor-geral da Fundação, Adriel Alcântara, frisou o quanto é importante para o profissional e para a Saúde do estado investir, acima de tudo, num atendimento humanizado. “O acolhimento tem de ser feito da forma mais humana possível. O bom tratamento é sinal de um atendimento de qualidade. E é isso que a prioridade do SUS em Sergipe”, disse.

“As relações verticalizadas tornam a comunicação da mesma forma, quanto maior os canais de comunicação entre as pessoas, mais elas se tornarão abertas uma às outras e à compreensão de todos”, afirmou o psicólogo Elder Magno.

Ele disse ainda que o maior problema em um hospital ou qualquer unidade de saúde é a falta de comunicação, falta de resolutividade, o autoritarismo ou regras acima das pessoas sem a participação das mesmas.

O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), implantado em 2001, propõe um conjunto de ações integradas que visam mudar substancialmente o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje prestados por estas instituições. É seu objetivo fundamental aprimorar as relações entre profissional de saúde e usuário, dos profissionais entre si, e do hospital com a comunidade.

A Política do Ministério da Saúde e a Política Estadual da Atenção e Gestão em Saúde em Sergipe tem desenvolvido um conjunto de ações integradas na área da assistência hospitalar, visando a melhoria da qualidade de atendimento nos hospitais da rede SUS.

A Secretaria de Estado da Saúde atua nas capacitações, seminários, cursos e atualizações junto com a Funesa e a FHS, em um conjunto de ações nas áreas de estrutura física como na recuperação das instalações da instituição, na renovação de equipamentos e aparelhagem tecnológica moderna, na capacitação do quadro de recursos humanos, na área de medicamentos, respeitando a política do país e na elaboração de uma linha de normas e protocolos, de maneira que se possa garantir a busca pela excelência na atenção, objetivando o reconhecimento de qualidade com o alcance de uma certificação de acreditação. Tudo isso é norteado pelo respeito aos valores humanos como solidariedade, respeito ao ser humano e atuando com ética na relação entre profissionais e usuários.

De acordo com a Analista Educacional Paloma Sant’Anna, responsável pela ação, o objetivo da capacitação é conhecer técnicas de atendimento ao público a partir da articulação entre o serviço e as necessidades do usuário do SUS, além de desenvolver habilidades sociais a partir de boas práticas de comunicação verbal e não verbal e realizar encaminhamentos adequados aos setores e profissionais dos serviços.

“Todos os serviços oferecidos nas redes hospitalares do Estado tem como objetivo geral promover um acolhimento ao familiar ou acompanhante, de maneira que ele passe a ser um agente promotor do processo de saúde. Possui ainda como meta dar um melhor acolhimento ao possibilitar condições para adquirir noção de seus direitos e deveres dentro de uma instituição hospitalar, por meio de sessões educativas, atendimentos individuais com orientações”, disse Paloma.

A recepcionista Michele Mendonça, do Hospital Regional de Itabaiana, aprovou esses debates e atualização como enriquecimento para seu trabalho no dia a dia. Ela sabe da importância de ser bem recebida em qualquer local, em especial no hospital, porque quem procura pelo atendimento está em momento frágil, de desespero e esperança de sair logo do local com a saúde recuperada, sem estresse e transtornos.

Publicado: 28 de março de 2016, 18:28 | Atualizado: 28 de março de 2016, 18:28