Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS é debatida na Funesa
Por Kitéria Cordeiro
Com o objetivo de debater as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), representantes do Ministério da Saúde (MS), da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Secretaria de Estado da Saúde (SES), Fundação Estadual de Saúde (Funesa), Movimento Popular de Saúde (MOPS), trabalhadores e gestores da Atenção Primária de vários municípios sergipanos estiveram reunidos nesta terça-feira, 31, participando do I Seminário Estadual de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, em comemoração aos dez anos da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.
As ações desenvolvidas se referem às áreas de Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Medicina Tradicional Chinesa, Acupuntura, Medicina Antroposófica e Termalismo Social/Crenoterapia, Práticas Corporais e Mentais. Os debates ocorreram nos turnos da manhã e tarde, no auditório da Funesa. No turno da tarde, aconteceu uma exposição de experiências exitosas de Práticas Integrativas desenvolvidas por profissionais em Sergipe.
O evento foi aberto com a apresentação musical do grupo “Sons no SUS”. Em seguida, a coordenadora do Núcleo Estadual de Educação Permanente e Educação Popular em Saúde da SES, Lavínia Loureiro, falou sobre a importância de discutir os temas e as ações decorrentes das Políticas Nacionais voltadas à integração das práticas integrativas e complementares ao SUS.
“Nosso Estado não poderia deixar de comemorar os dez anos das Práticas Integrativas, quando Sergipe é o único do país que tem a Política Integrativa inserida na Atenção Básica e no Núcleo de Atenção à Saúde. Precisamos resgatar o que é nosso na Política Popular. E a SES acredita na Política Nacional”, afirmou Lavínia.
Para a psicóloga Daniele Castro, Referência Técnica da Coordenação de Educação Permanente (COEPE) da Funesa, a participação da Fundação no Seminário tem o papel principal de promover os eventos nos aspectos logísticos e na construção pedagógica.
“Essa parceria entre a SES e a Funesa permite uma melhor articulação com os atores sociais envolvidos, o que garante um alcance cada vez maior das ações realizadas na área de Educação em Saúde”, disse Daniele.
“Precisamos comemorar os avanços alcançados durante os dez anos da Política Nacional de Práticas Integrativas e ampliar as ações em outros municípios. Hoje, já contamos com essa Política em 15 municípios. A ideia é até o final do ano expandir ainda mais no Estado. Nesse encontro, participaram trabalhadores da Atenção Básica, NASF, Saúde da Família e representantes da área técnica de Referência Integrativa”, afirmou Kátia Menezes Aragão, representante da Área Técnica das Práticas Integrativas e Complementares da SES.
A representante do Ministério da Saúde, Renata Costa, coordenou a “Roda de Conversa” sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, destacando seu financiamento, os avanços e os desafios, durante os dez anos de aplicação da Política Nacional. “O que é mais importante nessa política é como você vê as pessoas. Ainda nos preocupamos muito apenas com as doenças e deixamos um pouco de lado a saúde. Precisamos pensar mais além. Tratar de saúde não se resume apenas no fornecimento dos medicamentos, nos exames e nas cirurgias, temos muito mais para oferecer”, destacou Renata.
A gestora disse ainda que as Práticas Integrativas na Saúde acontecem principalmente quando se utilizam plantas medicinais e derivados como recurso terapêutico, perpassam pelo entendimento e valorização da multiculturalidade e interculturalidade, por gestores e profissionais de saúde, para maior equidade e integralidade da atenção.
Interculturalidade pode ser entendida como modo de coexistência no qual os indivíduos, grupos e instituições, com características culturais e posições diferentes, convivem e interagem de forma aberta, inclusiva, horizontal, respeitosa e se reforçam mutuamente, em um contexto compartilhado.
Para a coordenadora do MOPS, Simone Leite, todos que atuam na militância da saúde devem defender as práticas integradas ao SUS. “O movimento continua firme, reforçando tudo que são praticados no dia a dia, seja na comunidade ou nos grandes centros, principalmente no momento político que estamos vivendo”, disse.
Estiveram presentes na abertura do Seminário a diretora operacional da Funesa, Sandra Martins, a coordenadora do curso de Odontologia da UFS, Anete Hermínia, as coordenadoras de Atenção e Promoção a Saúde e Educação Permanente da Funesa, Liliane Trindade e Daniele Travassos.
Publicado: 2 de junho de 2016, 14:15 | Atualizado: 2 de junho de 2016, 14:15