Política de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa é tema de Encontro Estadual

Promover o fortalecimento e integralidade da rede de Atenção à Saúde da pessoa idosa, na perspectiva do envelhecimento ativo e saudável, além de contribuir com a Educação Permanente dos profissionais de saúde do SUS para o cuidado e atendimento acolhedor resolutivo à pessoa idosa. Esses são os objetivos do Encontro Estadual sobre a Política em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, realizado  pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), que segue até esta quarta-feira, 21 e 22, no SegipeTec.

A iniciativa, voltada aos profissionais das equipes que compõem a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), busca alinhar ações propostas pelo Ministério da Saúde (MS) para o crescimento do SUS, no cumprimento das diretrizes da Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa. Por meio de convênio firmado com o Ministério da Saúde, a ação também visa proporcionar a atualização desses trabalhadores da saúde da área.

Para o presidente do Conselho Estadual dos Direitos e Proteção da Pessoa Idosa (CEDIPI), Manuel Durval Andrade, o encontro é importante para discutIr a execução da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e de qualquer outro instrumento que discuta a saúde do indivíduo que envelhece. “É um trabalho fundamental para nossa sociedade, uma oportunidade de troca de ideias e debate de ações na Atenção Primária à saúde da pessoa idosa. O envolvimento desses profissionais, através dos municípios sergipanos, é muito importante para o desenvolvimento e a ampliação do conhecimento. Temos que priorizar a capacitação das pessoas para que elas possam melhor servir”, destaca.

Presente no evento, Wendel Rodrigo Teixeira Pimentel, consultor técnico do Ministério da Saúde,  explica que a proposta do encontro é qualificar a Atenção à Saúde da Pessoa Idosa do SUS, por meio da capacitação e sensibilização dos profissionais. “Passamos a importância da oferta de um cuidado adequado, de acordo com as instruções do Ministério, como as orientações para formação da linha de cuidado, proporcionando ao idoso o que ele realmente necessita, ou seja, o olhar integral. Na avaliação multidimensional, por exemplo, avalia-se, além de questões ligadas à saúde e clínicas, mas psicossociais e capacidade funcional. Se o idoso é independente e consegue fazer suas atividades, quanto mais os profissionais estiverem atentos a manter isso por mais tempo, ainda que haja problema de saúde, a qualidade de vida dele pode melhorar”, revela.

De acordo com a  coordenadora de Atenção Primária da SES, Ana Paula Vieira, o encontro valoriza a política de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, já que as pesquisas já mostram a curva ascendente desse quantitativo de idosos. “É imprescindível ter um olhar mais minucioso para essa faixa etária, pois diante desse crescimento populacional, os idosos consigam ter uma qualidade de vida melhor. O envelhecimento ativo significa que os idosos devem estar ativos mentalmente e presentes na sociedade, participando de todos os processos. Um evento como esse é um novo repensar. Estamos debatendo atitudes e e modificações  podemos fazer dentro dos processos de trabalho para que a atenção aos idosos seja mais eficaz. O propósito é respeitar o direito de chegar a uma idade mais avançada, fazendo com que o caminho seja o mais saudável possível”, observa.

A projeto de Educação Permanente para profissionais de Saúde do SUS na área de Saúde Integral da Pessoa Idosa é executado pela Coordenação de Educação Permanente e Pós-Graduação (COEPG) da Funesa e já foi ofertado aos municípios, com a realização de Oficinas Regionais, desde o início de maio. “Tendo em vista o aumento do número de idosos em Sergipe, é de grande importância ampliar os conhecimentos das equipes de saúde, para que os profissionais possam atuar com mais técnica e obtendo êxito nos serviços prestados à população”, afirma Danielle Barreto, coordenadora de Educação Permanente da Funesa.

Saúde da Pessoa Idosa

Hoje, a situação da saúde no Brasil, e que também reflete em Sergipe, é determinada por dois fatores importantes. A cada ano acrescentam-se 200 mil pessoas maiores de 60 anos à população brasileira, gerando uma demanda importante para o sistema de saúde (MS, 2010). Dessa forma, o  cenário epidemiológico brasileiro mostra uma transição: as doenças infecciosas que respondiam por 46% das mortes em 1930, em 2003 foram responsáveis por apenas 5% da mortalidade, dando lugar às doenças cardiovasculares, aos cânceres, aos acidentes e à violência.
À frente do grupo das 10 principais causas da carga de doenças no Brasil, já estavam, em 1998, o diabetes, a doença isquêmica do coração, a doença cérebro vascular e o transtorno depressivo recorrente. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até o ano de 2020, as condições crônicas serão responsáveis por 60% da carga global de doença nos países em desenvolvimento (OMS, 2002), sendo essas doenças presentes na população idosa.

Em Sergipe, dados da Projeção de População do IBGE (2018) apontam que a população idosa (mais de 60 anos) compreende 244.256 pessoas, que equivale a 10,72% da população.

Publicado: 22 de maio de 2019, 13:14 | Atualizado: 22 de maio de 2019, 13:14