Opções terapêuticas que podem substituir a transfusão de sangue são debatidas durante palestra no Huse
Por Katiane Menezes
J.M.S, 30, passou dois meses internado no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) após sofrer um acidente de trânsito. Com politraumatismo, o jovem necessitou de algumas cirurgias para correção de lesões; procedimentos complicados e que poderiam necessitar de bolsas de sangue. O quadro era considerado grave, mas, por causa da religião, ele não permitia a realização da transfusão. O paciente chegou com nível 5 g/dl de hemoglobina (quando o normal é 10 g/dl), passou por tratamento e, graças a um procedimento “alternativo”, hoje relata uma história de superação, com final feliz.
“Minha recuperação foi muito rápida e o tratamento que recebi no Huse foi fundamental para isso. Agradeço a Jeová e a superintendente da unidade por salvarem a minha vida”, declarou. O método utilizado em J.M.S é chamado de Gerenciamento de Sangue do Paciente, assunto que foi discutido num evento realizado ontem, 23, no Hospital de Urgências. O cirurgião torácico, Dr. Romilton Viana, médico que atua na cidade de Salvador e está acostumado a tratar de pacientes com o mesmo perfil do jovem sergipano, conduziu os trabalhos falando sobre as opções terapêuticas às transfusões de sangue. A palestra foi acompanhada por profissionais e estudantes da área.
“Em casos específicos, é possível tratar o paciente sem nenhuma transfusão, mesmo sem patologia grave. Isso faz com que ele tenha resultados mais positivos, o tempo de internação seja menor, com menos complicações e chances de mortalidade, além da diminuição dos custos. Os estoques do banco de sangue também são melhores gerenciados, evitando o desperdício em pacientes que poderiam se recuperar de outra forma, deixando o material reservado para aqueles que a transfusão for indispensável”, detalhou.
De acordo com a superintendente do Huse, Lycia Diniz, o exemplo de J.M.S foi sugerido pela própria família do paciente, que queria compartilhar a experiência que tiverem. A gestora esclareceu que acionou o Núcleo de Educação Permanente (NEP) da unidade e convidou o médico Romilton Viana para conduzir a palestra. “Entendemos a importância desse tipo de procedimento e, principalmente, a disseminação desse conhecimento. O caso desse jovem foi um sucesso, e pode inspirar outras situações”, ressaltou a gestora.
Publicado: 24 de fevereiro de 2016, 18:32 | Atualizado: 24 de fevereiro de 2016, 18:32