Nutricionista alerta aos pais sobre hábitos alimentares das crianças

Lidar com a alimentação infantil não é tarefa fácil. Muitos pais preferem aplicar alguns castigos como forma de fazer com que a criança desenvolva hábitos saudáveis. Uma coisa que muitos pais acabam esquecendo é que a criança segue o exemplo do adulto. De acordo com a nutricionista do Hospital Pediátrico Drº José Machado de Souza, localizado no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Ana Cristine Pacheco, o hábito alimentar já começa errado de casa e quando chegam ao hospital estão mais sensíveis e continuam com os costumes.

“As crianças aqui no Huse são divididas por faixa etária, temos a dos lactentes que é do 0 a 2 anos; do pré- escolar, que é de 2 a 5 anos; e a partir dos 5 até os 12 anos e onze meses, que é o que eles aceitam aqui. A gente tem dificuldade com todos esses grupos. O primeiro grupo menor é o que as mães já têm o hábito alimentar errado em casa e quando chega no hospital, não aceitam a dieta saudável. Crianças menores de 6 meses que já tomam farináceos (cremogema, mucilon, arrozina, farinha pó) e com leite de gado. Esse não é o hábito correto, então, a gente reorienta aqui durante o internamento o hábito correto”, explica.

Ela disse, ainda, que o fubá de milho e as raízes são muito aceitas pelas crianças maiores. “Se a gente colocar cuscuz de milho todos os dias no cardápio tem uma boa aceitação, as raízes (inhame, batata- doce, macaxeira) eles gostam bastante, já a banana da terra não é aceita. Em relação ao almoço, como eles não tem o hábito de comer saladas acabam sem aceitar as que são servidas aqui no hospital. Quando a gente manda salada crua, eles já separam e jogam fora, então, resolvemos substituir por saladas cozidas que também não teve efeito nenhum”, comentou.

A nutricionista afirma que depois de um ano de idade, a alimentação saudável de uma criança é igual de um adulto, desde que esse adulto seja saudável e não tenha excesso de gordura, açúcar e sal. Ela faz um alerta aos pais que preferem substituir o suco de fruta natural pelo refrigerante, como sendo uma forma mais prática.

“Para trabalhar em casa, a alimentação da criança a gente sempre orienta que refrigerante é alimento vazio, isso não é saudável. Os sucos são naturais e são ricos em vitaminas e os refrigerantes têm muito corante e açúcar, muito prejudicial à saúde. Aqui no Huse, nós temos crianças que não comem fruta nenhuma e nosso contrato aqui é muito rico em variedade: mamão, melão, uva, pera, melancia, banana, maça, manga, entre outras”, informou.

Um deles é C.E.A, 4, o pequeno está internado na enfermaria da pediatria acompanhado da estudante Silvânia Andrade, 26, que é a mãe do pequeno paciente e sabe muito bem o que passa para fazer o filho se alimentar corretamente. “Ele é difícil para gostar de algumas comidas, a preferência dele é lanche, doces, pão e refrigerante. Eu sei que acostumei ele mal, pois tudo o que comia eu sempre estava com ele no colo e acabava dando um pouquinho a ele também. Ele adora refrigerante e a única fruta que ele gosta é banana, mesmo assim na vitamina que eu faço. A alimentação servida aqui é muito gostosa e saudável, ele não gosta da salada, mas, está se alimentando direitinho”, disse.

Já a dona de casa Simone Lima, 33, que é mãe de K.F.L, 11, não tem problemas com a alimentação do filho. “Desde quando ele nasceu, eu sempre fui muito preocupada em oferecer uma alimentação saudável ao meu filho. Ele foi crescendo e até hoje come de tudo, não tem restrição por nenhum tipo de comida. Ele gosta de almoçar com salada, frutas, sucos e não gosta de lanches. Ele está internado depois de uma cirurgia de apendicite e se recupera muito bem, só tenho que agradecer”, concluiu.