Maternidade Nossa Senhora de Lourdes contabiliza 68 atendimentos a vítimas de violência sexual

Por Júnior Matos

MNSL frente - Foto RICARDO PINHO (8)A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), realiza desde 2004 o trabalho assistencial de acolhimento às crianças, adolescentes e adultos vítimas de violência sexual. De janeiro a março deste ano, o serviço contabilizou atendimentos a 68 vítimas de abusos sexuais, sendo 15 atendimentos a adultos e 53 para crianças e adolescentes.

“O serviço na MNSL é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos obstetras, equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares), psicólogos e assistentes sociais. Estes profissionais são responsáveis por acolher os pacientes que procuram o atendimento”, destaca o superintendente da MNSL, Luís Eduardo Correia.

O serviço presta assistência às pessoas de todas as idades, independente do sexo ou classe social, baseada nos direitos universais, de acordo com o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fluxo de Atendimento

Antes mesmo de procurar as delegacias da capital, do interior ou o Instituto Médico Legal (IML) para prestar o Boletim de Ocorrência, os pacientes já podem passar pelo serviço médico onde são solicitados exames laboratoriais que indicarão se a vítima contraiu algumas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).

“Nos casos de violência aguda, ou seja, até 72 horas da violência, realizamos a profilaxia para evitar gravidez indesejada e DST, a exemplo da AIDS, Sífilis, Gonorreia, Hepatite B, entre outras, além dos exames laboratoriais. Mas as vítimas que sofreram abuso em outros momentos, também, podem procurar a MNSL para buscar apoio psicológico e realizar exames e tratamentos relacionados às Doenças Sexualmente Transmissíveis”, ressalta a coordenadora do setor de admissão da MNSL, Auciliadora Varjão.

Todo o acompanhamento clínico acontece no período médio de seis meses. “O processo ocorre respeitando o quadro clínico do paciente e o protocolo assistencial estabelecido pelo Ministério da Saúde. No primeiro mês, o paciente tem que fazer uma visita pelo menos uma vez por semana para consultas periódicas. No terceiro mês, o paciente volta à maternidade para realização de exames e depois retorna no sexto mês para novos exames e consultas finais”, explica a coordenadora.

Tratamento Psicológico e Social

Além do dano físico, o ato da violência sexual pode provocar traumas emocionais. Por isso, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes realiza também o acompanhamento psicológico.

“Nosso papel é acolher e orientar as vítimas de abuso sexual a prestar queixa contra o agressor. Através das consultas de retorno é feito todo acompanhamento psicológico. Ele é um dos fatores determinantes para a recuperação emocional da vítima e dos familiares”, finaliza o superintendente da MNSL, Luís Eduardo Correia.

Publicado: 13 de abril de 2016, 14:55 | Atualizado: 13 de abril de 2016, 14:55