Lacen: mães de Itabaianinha realizam coleta de material para análise do Zika vírus

Por Rosângela Cruz 

 

Coleta de material no bebê para análise genéticaUm novo grupo composto por seis mães e seus bebês foi recepcionado na manhã desta terça-feira, 5, no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Elas vieram do município de Itabaianinha, distante 119 quilômetros de Aracaju, para participar da pesquisa de confirmação do diagnóstico do Zika vírus.

 

No Lacen, as usuárias preencheram um formulário com informações pessoais e, em seguida, foi coletado o material da mãe e do bebê. O trabalho faz parte de uma pesquisa em parceria com o Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo (USP) e o Laboratório Central de Sergipe, com o intuito de investigar se as mães, em algum momento da gestação, entraram em contato com o mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, o Zika vírus.

 

De acordo com o gerente do laboratório de Imunologia e Biologia Molecular do Lacen, Cliomar Alves dos Santos, a pesquisa de anticorpos da mãe e do bebê, busca a confirmação do contato com o vírus e a pesquisa genética usando a saliva, vai estabelecer um vínculo entre a microcefalia.

 

“Os anticorpos são frações de células produzidas pelo nosso próprio organismo mediante um ataque de uma bactéria, vírus ou um fungo. É responsável por disparar a defesa do organismo, a partir de um segundo momento de contato do paciente com aquele mesmo vírus”, explicou.

 

Ele ressaltou ainda que a pesquisa irá estudar outros patógenos que podem causar microcefalia como, por exemplo, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e herpes.

 

“Com a avaliação de todos esses parâmetros chegaremos a um critério de exclusão. Se todos esses patógenos derem negativos e o Zika positivo, vamos realmente confirmar a associação da microcefalia com o Zika vírus”, detalhou o farmacêutico bioquímico.

 

Usuárias

 

Dentre o grupo de mães, as donas de casa Claudia Santana, 21 anos, e Leilane dos Santos, 30 anos, participaram da iniciativa. Elas colaboraram com o serviço, cedendo material, amostras de saliva e sangue que serão analisadas. “Achei que meu filho tinha nascido sem problemas. Após alguns dias, uma enfermeira do posto foi na minha casa para me explicar que ele tinha microcefalia”, disse Claudia. “Estou mais tranquila porque ela esta tendo todo atendimento”, completou Leilane.

 

Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Itabaianinha, Cristiane Isabel Costa Hora, o município está comprometido com o atendimento as pacientes.

 

“As equipes de profissionais do serviço de Atenção Básica e os agentes de saúde estão em contato direto com essas famílias para acompanhar essa fase de adaptação do tratamento. Semanalmente essas mulheres vêm para Aracaju com os bebês para consultas com médicos neuropediatras e fisioterapeutas”, contou a coordenadora.

Publicado: 6 de abril de 2016, 13:38 | Atualizado: 6 de abril de 2016, 13:38