Huse realiza acolhimento psicológico a pacientes em tratamento na unidade
Familiares também conta com acompanhamento realizado por um grupo de profissionais
Receber o diagnóstico de uma doença como o câncer mexe com a vida de qualquer pessoa e de todos que estão ao seu redor. Muitos aceitam e enfrentam o tratamento, mas outros não têm a mesma compreensão e acabam entrando até em depressão. É nessa hora que, além do tratamento médico, o acolhimento psicológico faz toda a diferença na vida dessas pessoas. Pensando nisso, o Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) criou o ‘Grupo Primeira Vez em Psicologia’, com o objetivo de acolher o paciente que se depara nessa situação pela primeira vez.
De acordo com a psicóloga do ambulatório de Oncologia do Huse, Ana Paula dos Santos, o grupo recebeu esse nome por ser o primeiro contato do paciente com os profissionais da psicologia durante o tratamento oncológico. “Montamos esse grupo por causa da demanda que a gente tem aqui dentro e que passa pela psicologia. Então, estava demorando pra gente ver o paciente pela primeira vez e decidimos montar esse grupo para fazer o acolhimento, tirar algumas dúvidas e fazer os encaminhamentos. O objetivo é acolher o paciente que chega pela primeira vez na oncologia”, explicou.
A psicóloga disse, ainda, que a receptividade está sendo muito boa e atendendo à demanda que sempre foi grande para a psicologia. “Geralmente temos uma boa recepção, eles gostam muito, chegam cheios de dúvidas, algumas a gente já responde e outras a gente encaminha, observa o paciente e vê se tem demanda para a psicologia ou outros profissionais e a gente faz as orientações gerais de como lidar com a doença, com o tratamento, nas relações com o outro e com o próprio paciente. A nossa agenda normalizou e conseguimos fazer os acompanhamentos certinhos. São duas horas de uma conversa muito boa”, afirmou.
A participação da família é fundamental na recuperação dos pacientes. Ela também sofrem com a situação e necessita do apoio psicológico. Os encontros acontecem todas as quartas-feiras, no máximo seis pacientes participam de cada encontro. Durante as conversas, o medo está sempre presente e relacionado com a doença. Medo de perder o cabelo, medo do tratamento, medo de afastar quem está próximo e principalmente o medo de morrer. É nessa hora que a psicologia tem um papel importante no suporte emocional do paciente.
Foi esse medo que levou a dona de casa Regina Andrade, a procurar o atendimento da psicologia no Huse. Ela é acompanhante do pai Reginaldo Andrade, 63, que está em tratamento há um ano contra um câncer de próstata. Ela afirma que o contato com a psicóloga foi a melhor coisa que podia ter acontecido na vida deles nessa fase da doença.
“Foi maravilhosa nossa primeira conversa com a psicóloga porque esclareceu nossas dúvidas e medos. Ela nos deixa à vontade para perguntar, além de nos tranquilizar e dar o apoio que a gente precisa. Isso é muito importante nessa fase que meu pai se encontra de tratamento. Ele é teimoso e muitas vezes desobedece as nossas determinações e isso eu sei que prejudica a ele, mas, a psicóloga conversou muito com ele e tenho certeza que ele vai melhorar e sair dessa”, concluiu.
Fotos: Flávia Pacheco ASCOM SES
Publicado: 8 de maio de 2019, 15:59 | Atualizado: 8 de maio de 2019, 15:59