Coletiva: gestão da Saúde apresenta Plano de Contingência para minimizar superlotação do Huse

Por Acácia Mérici 
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 “Dor não tem partido. O cidadão precisa ser acolhido e ter uma porta de entrada. Tomamos essa medida emergencial para atender àquele paciente que está batendo na porta das UPAs e dos Postos e não é atendido. Para fazer saúde tem que ter compromisso, ética e responsabilidade”, afirmou a secretária de Estado da Saúde, Conceição Mendonça, nesta segunda-feira, 24, durante a coletiva que apresentou o Plano de Contingência para minimizar a superlotação do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse).
Desde quando iniciou a paralisação da Rede Municipal de Saúde, colocando restrito o atendimento das Unidades Básicas e Unidades de Pronto Atendimento Zona Norte e Zona Sul, na capital, o Huse (que é referência em urgência e emergência de média e alta complexidade) vem recebendo esses pacientes, sobrecarregando toda equipe e comprometendo os trabalhos.
Na última semana, foram realizados 2.381 atendimentos totais no Huse, sendo que 1.521 foram de baixa complexidade de acordo com a classificação de risco.
Para viabilizar o atendimento à população desassistida pelo Município de Aracaju e diminuir a sobrecarga de trabalho dos servidores do Huse, a Secretaria de Estado da Saúde e a Fundação Hospitalar de Saúde, em parceria com os militares do 28º Batalhão de Caçadores, montaram uma tenda na porta do Pronto Socorro do Huse para ofertar serviços básicos, agilizando a demanda de baixa complexidade, a exemplo de hidratação, aplicação de aerossol e medicações rápidas.
“Solicitamos o apoio do Exército na montagem da tenda. Prontamente fomos atendidos. O objetivo é ter rapidez nos atendimento e preservar o nosso profissional. Enquanto autoridade sanitária do Estado, adotamos essa medida emergencial. Não é intervenção. A falta de assistência municipal vem causando transtorno e não podemos permitir que tenha desassistência em Aracaju. A saúde é de responsabilidade tripartite e todos os entes devem se somar”, complementa Conceição Mendonça.
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A tenda conta com poltronas, suportes de soro, cadeiras fixas, pias, insumos estratégicos e medicações para uso básico,  além de toda uma estrutura para garantir tranquilidade às equipes. O espaço tem capacidade para realizar até 350 atendimentos em 12 horas. A média de atendimento é de 30 minutos.
“Quando fomos contactados no fim de semana, nos sensibilizamos e não medimos esforços para emprestar e montar a tenda. O Exército está sempre de prontidão para ajudar a população nos serviços de saúde. Contribuímos em diversas atividades, como o intenso combate ao mosquito Aedes aegypti. Isso é trabalho social. O Exército é do povo”, afirmou o coronel Aurélio Kuster de Paula, comandante do 28BC.
Para a superintendente do Huse, Lycia Diniz, mesmo sendo uma unidade de alta e média complexidades e considerada de porta aberta, como estabelece o Ministério da Saúde, “o paciente de baixa complexidade é muito bem atendido. A superlotação já estava comprometendo todos os trabalhos e prejudicando no planejamento e na qualidade dos serviços. O resultado da tenda já está sendo muito positivo”.
Ainda de acordo com a secretária Conceição Mendonça, é preciso sempre ter estratégias para manter a garantia de acesso ao usuário do SUS de baixa complexidade.
“Precisamos sempre ter planejamento, comando e controle para que proporcionar a integralidade da assistência. O Huse é o único hospital que está de portas abertas na capital. Essa nossa conduta de montar a tenda foi responsável e ética. Nosso compromisso é com o povo. Quem chega com dor precisa ser cuidado. Essa tenda é provisória, não há intervenção. Somos responsáveis pela saúde do povo. A partir do momento em que a greve do município  terminar, vamos tirar a tenda”, afirma a gestora Estadual.

Publicado: 25 de outubro de 2016, 11:50 | Atualizado: 25 de outubro de 2016, 11:50