Atendimento de urgência às vítimas de violência sexual devem ser realizados nas primeiras 72h
A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerenciada pela Secretaria Estado da Saúde (SES), reconhecida por ser uma unidade porta aberta, atende a vítimas de violência sexual de ambos os sexos. O primeiro atendimento, de urgência, nos casos agudos, têm que ser realizado nas primeiras 72h.
“É feita a profilaxia e o coquetel retroviral para prevenção de gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis. Depois das 72h, fazemos o acompanhamento dos exames e apoio psicológico (de seis meses a um ano), atendimento médico, de enfermagem e assistente social e acionamos os órgãos protetores”, informou a Coordenadora do Pronto Socorro da MNSL, Lourivânia Oliveira Melo Prado.
Ela explicou que os números de atendimento são crescentes. “Estamos quase no final do mês de junho e tivemos mais de 20 notificações. É uma grande oportunidade informar sobre nosso serviço, que é referência para o Estado de Sergipe, mas o foco principal são as formas de prevenção. A família, a comunidade, secretarias de educação e segurança estejam unidos a favor da prevenção, principalmente no âmbito familiar. Ficar alerta aos sinais é fundamental para a prevenção desse agravo. O objetivo é atender, acolher e tratar a vítima”, disse Lourivânia.
A coordenadora ressaltou a importância de diminuir os indicadores, principalmente quando se trata de vítimas crianças. “Esse é o nosso maior atendimento: entre 5 e 11 anos de idade. Criança não mente, o problema está no adulto, que não a escuta e demora a acreditar. Os dados revelam que as crianças chegam tardiamente (abuso crônico, mais de dois meses do ato) no serviço. A criança revela o ocorrido, por gesto, palavras ou mudanças de comportamento. Além do primeiro atendimento é necessário o acompanhamento”, enfatizou Lourivânia.
Perigo em casa
Lourivânia alerta que infelizmente muitos casos chamam a atenção, mas o que mais se repete é quando o abuso parte de um familiar. “O serviço trabalha em conjunto com a delegacia, o Instituto Médico Legal (IML) e laboratórios externos. Ela ressaltou que a vítima que chega ao serviço de violência sexual da maternidade, de início, é atendida e acolhida pelo enfermeiro que trabalha na classificação de risco. Em seguida, se for necessário, é transferida para uma sala com privacidade, na qual a equipe multidisciplinar, médico e ou psicóloga atendem a vítima.
Dados
Nos cinco primeiros meses de 2019 (janeiro a maio), de acordo com o relatório gerencial da MNSL, a maior incidência dos casos de abuso sexual foram contabilizados no atendimento a vítimas de violência e ocorreu entre jovens menores de 18 anos, em sua maioria do sexo feminino. Ainda no mesmo período, foram contabilizados 118 novos casos, sendo 90 casos de vítimas a menores de idade e 28 atendimentos a maiores de idade.
Durante os cinco primeiros meses do ano, foram registrados ainda, 335 consultas com psicólogos, 92 atendimentos com assistente social, 48 atendimentos na enfermagem, 343 retornos de consultas médicas, 68 administração de medicamentos para as vítimas e 250 coletas de material. A MNSL fica localizada na Avenida Tancredo Neves, 5.700, é a referência para as vítimas de violência sexual, tanto na capital quanto no resto do Estado. Independente da sua idade, sexo ou período em que foi abusada (o). O telefone para contato é (79) 3225-8679.
Foto: Flávia Pacheco ASCOM SES
Publicado: 26 de junho de 2019, 11:35 | Atualizado: 26 de junho de 2019, 11:40